Parece paradoxal, uma vez que todos os reports de tendências para 2026 destacam a inteligência artificial em primeira instância. De fato, a conversa sobre IA não se reduzirá, muito menos deixará de conquistar espaço nos negócios. No entanto, quando se pensa em geração e consumo de conteúdo criativo, a previsão é de uma onda de supervalorização do capital humano.
A repetição histórica entre Tecnologia e valorização do artesanal
A história, em sua essência, raramente inventa cenários totalmente novos. Ela tende a repetir padrões em ciclos recorrentes, apenas trocando os atores e as tecnologias. No século XIX, a principal reação à produção industrial em massa foi o surgimento do movimento global Arts and Crafts, que exaltava o que é natural, manual e marcado pela imperfeição humana.
Os estágios da adoção da inteligência artificial
Atualmente, o mercado atravessa diferentes momentos em relação à IA: o deslumbre inicial, o desejo de incorporá-la a qualquer custo, o medo dos espaços que poderia “roubar” e, agora, o debate sobre seu uso responsável. Assim como o Arts and Crafts não barrou a expansão industrial, mas encontrou reconhecimento para o que é autêntico, algo semelhante ocorre nas estratégias de comunicação.
O papel da IA nas operações e seus limites criativos
A inteligência artificial cresce ao permitir contornar burocracias de uso de imagem, ampliar pesquisas, condensar informações com velocidade, gerar insights de conteúdo e otimizar processos operacionais. No entanto, em um cenário no qual todos utilizam personas, atendimentos, textos e produções geradas por IA, destaca-se quem apresenta sentimento real e pessoas de verdade em suas campanhas e redes sociais.
Estratégias humanas que ganham força no marketing de conteúdo
Diante desse cenário, três estratégias já em ascensão tendem a ser aceleradas:
User Generated Content (UGC): conteúdo espontâneo, com rostos, opiniões e emoções reais. Cerca de 79% dos consumidores afirmam que o UGC influencia diretamente suas decisões de compra.
Influenciadores: o mercado global de marketing de influência cresceu de US$ 9,7 bilhões em 2020 para US$ 24,7 bilhões em 2024, com projeção de alcançar US$ 32,55 bilhões em 2025, evidenciando sua força estratégica.
Thought Leader e Employee Influencer: profissionais que atuam dentro das empresas, seja na liderança ou na linha de frente, tornaram-se um dos principais diferenciais intelectuais. O Employee Influencer gera até oito vezes mais engajamento do que conteúdos institucionais, enquanto líderes de pensamento influenciam diretamente decisões B2B ao validar credibilidade e inteligência organizacional.
Equilíbrio entre tecnologia e recursos humanos como diferencial competitivo
A virada do ano não aponta para uma tendência revolucionária, mas reforça que, à medida que a inteligência artificial se expande, cresce também a necessidade de equilíbrio. Recursos humanos, experiências vivas e narrativas autênticas tornam-se essenciais para evitar excessos tecnológicos e sustentar diferenciais competitivos em um mercado cada vez mais automatizado.























