Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou estar disposto a “ir às últimas consequências” para retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, do cargo, classificando-o como “psicopata”.
O parlamentar está nos Estados Unidos, acompanhado do jornalista Paulo Figueiredo, para reuniões com autoridades do governo Donald Trump. Ambos são apontados como articuladores de medidas que levaram às atuais sanções norte-americanas contra o Brasil, incluindo tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Eduardo afirmou que Trump ainda tem “diversas ferramentas” para pressionar o Brasil, citando a ampliação da aplicação da Lei Global Magnitsky, a retirada de vistos e outras sanções a autoridades, inclusive aos presidentes da Câmara e do Senado, caso não avancem projetos como o de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Eles já estão no radar e as autoridades americanas têm uma clara visão do que está acontecendo no Brasil”, declarou.
Defesa do tarifaço e impactos na economia
Mesmo diante do impacto estimado de cortes de empregos e perdas bilionárias ao PIB brasileiro, Eduardo defendeu as tarifas impostas por Trump:
“Vale a pena lutar. A nossa liberdade vale mais do que a economia”.
O deputado negou envolvimento em crimes atribuídos a ele pelo STF, que investiga suposta atuação contra a soberania nacional e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito.
Contexto político
Em “exílio” auto-declarado no Texas desde março, Eduardo Bolsonaro declarou que apoiará qualquer candidato que seu pai indicar caso Jair Bolsonaro não possa disputar a presidência em 2026. Ele também comemorou a nova rodada de sanções anunciadas pelo senador Marco Rubio contra autoridades brasileiras ligadas ao programa Mais Médicos.