Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro passaram a ser reconhecidos oficialmente como Patrimônio Cultural do Estado a partir desta sexta-feira (19), por meio de decreto assinado pelo governador Cláudio Castro e publicado no Diário Oficial.
A medida reconhece os desfiles como um dos principais símbolos da identidade cultural fluminense e consolida o carnaval como elemento relevante tanto do ponto de vista cultural quanto econômico. O reconhecimento estadual ocorre paralelamente à tramitação de um pedido para que os desfiles também sejam registrados como Patrimônio Cultural do Brasil.
Em 29 de agosto deste ano, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recebeu solicitação formal para o registro dos desfiles das escolas de samba da Marquês de Sapucaí como patrimônio cultural em âmbito federal. O pedido foi entregue pela diretora cultural da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), Evelyn Bastos, ao presidente do Iphan, Leandro Grass, e ao diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial, Deyvesson Gusmão.
Em nota, o Iphan confirmou o recebimento do pedido e esclareceu que o processo de reconhecimento federal segue rito próprio, independente das iniciativas adotadas por estados e municípios. Segundo o instituto, o registro nacional envolve diversas etapas, como análise técnica da documentação, avaliação da pertinência pela Câmara Setorial, instrução técnica e, por fim, apreciação pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, responsável pela decisão final.
O órgão destacou que o pedido está alinhado com a relevância histórica e cultural do carnaval carioca, já reconhecida anteriormente. O Sambódromo da Marquês de Sapucaí, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é tombado em nível federal desde 2021. Além disso, as Matrizes do Samba no Rio de Janeiro — partido alto, samba de terreiro e samba-enredo — são reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil desde 2007.
O decreto estadual garante que os desfiles passem a integrar oficialmente o conjunto de bens culturais protegidos pelo estado do Rio de Janeiro. A medida assegura respaldo institucional às escolas de samba, aos profissionais envolvidos e à cadeia produtiva relacionada à realização do espetáculo, além de ampliar a base legal para ações de preservação da memória e políticas de fomento cultural.
Segundo o governo fluminense, o reconhecimento também facilita a realização de investimentos públicos e parcerias institucionais voltadas à valorização profissional e à preservação dos saberes tradicionais do samba, reforçando o Carnaval como um ativo estratégico do estado.
Dados oficiais indicam que o Carnaval de 2025 recebeu investimento de R$ 90 milhões do governo estadual, gerando impacto estimado de R$ 6,5 bilhões na economia fluminense durante o período festivo. Aproximadamente 70 mil empregos foram gerados, de acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), além da criação de mais de 2,1 mil novos empreendimentos ligados direta ou indiretamente à festa.
As vagas temporárias relacionadas ao Carnaval cresceram 8,6% no estado em 2025, segundo levantamento da Divisão de Economia e Inovação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Com informação agência Brasil.





















