Foi na China, umas das maiores potências econômicas do mundo, que o primeiro caso de COVID-19 foi identificado. E desde que a doença foi notificada à Organização Mundial de Saúde (OMS), milhares de pessoas morreram ao redor de todo mundo, levando a situação a ser classificada como uma pandemia. Apesar disso, o país conseguiu controlar a doença de forma relativamente rápida, com medidas preventivas, controle interno e ações efetivas – mostrando como o investimento em novos negócios e tecnologia pode ser crucial em momentos de crise.
Enquanto isso, outros países viram os casos da doença aumentarem exponencialmente sem ter um plano de contenção. Nas duas últimas semanas, o número de casos de COVID-19 fora da China aumentou 13 vezes e o número de países afetados triplicou, segundo dados da OMS – e no país que teve o caso zero, a doença já quase desapareceu e as coisas parecem caminhar para voltar à normalidade.
O que podemos tirar de lição dos chineses ao enfrentar essa crise? Um dos maiores especialistas na China, Felipe Zmoginski, Founder e CEO da plataforma Inovasia, conversou com a Renata Zanuto, co-head do Cubo Itaú, para discutir o tema.
Enquanto o país reuniu esforços para controlar a doença – adotando medidas radicais de isolamento para contenção, os dados econômicos sofreram forte queda. Entre janeiro e o final de fevereiro, a produção industrial caiu 15%, o varejo relacionado a compras caiu 30% e o varejo de comida caiu 45% – em relação ao mesmo período de 2019. Uma queda fortíssima e fato inédito na história recente da China, segundo o especialista.
Mesmo o e-commerce teve uma queda de 3%. “Estou falando da China, mas a realidade de lá tem tudo a ver com a nossa realidade brasileira. A China é o principal parceiro comercial do Brasil e importante investidor, inclusive, na área de tecnologia. Por isso vamos sofrer esse impacto”.
Apesar disso, Felipe chama a atenção para o fato que a situação no país asiático hoje, dois meses depois, já é muito melhor – há uma estimativa oficial que no final de março o país possa declarar que venceu a epidemia e as fábricas podem voltar a produzir, ainda que com muito cuidado.
Muito dessa melhora está associada a tecnologias que permitem conter a proliferação da doença – como medição de temperatura em aeroportos, supermercados e ambiente de trabalho com sensores corpóreos que ajudam no controle, o que permite que indústrias voltem à produção.
Isso reforça a importância de investimento em inovação e tecnologias que ofereçam soluções para problemas que precisam de uma resposta rápida e eficaz, com modelo de negócio escalável para atingir muitas pessoas. Neste sentido, é essencial pensar em soluções que possam ajudar nesse processo de contenção e controle, para que as pessoas possam voltar a sair de suas casas com segurança e a economia volte a se normalizar no menor tempo possível.
Usando como exemplo a China, o foco pode ser feito em dois pontos principais: isolamento social para que menos pessoas sejam hospitalizadas, contando com a ajuda de governo e empresas nesse processo de conscientização da população, bem como o uso da tecnologia para ajudar na contenção da doença; e o uso das suas soluções para atender setores que vão ser mais demandados como hospitais – com foco nas healthtechs, por exemplo.
Seguindo os exemplos positivos podemos tentar minimizar no Brasil os impactos e tentar recuperar nossa economia mais rapidamente.
A conversa completa sobre o tema está disponível no Youtube do Cubo.