Mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, a geração de vagas formais por meio do Trabalho Temporário, no formato da Lei Federal 6.019/74 e do Decreto nº 10.060/2019, deve crescer 12% entre julho e dezembro de 2020 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo projeção da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM).
A entidade aponta ainda que, neste período, poderão ser geradas mais de 900 mil vagas temporárias, frente às 800 mil de 2019. “O período de pandemia criou uma situação de insegurança e emergência nas empresas e o Trabalho Temporário é a melhor modalidade de contratação para este cenário, já que pode ser utilizada como solução por diversos setores e qualquer nível de ocupação, o que favorece o crescimento”, afirma Marcos de Abreu, presidente da ASSERTTEM.
A regulamentação do trabalho temporário, ocorrida há 10 meses com a publicação do Decreto 10.060/2019, também estimula e contribuí para as contratações na modalidade. “Com o novo decreto, as empresas que desconheciam a forma de contratação têm uma maior compreensão da modalidade com segurança jurídica e econômica”, reforça o presidente da ASSERTTEM.
Segundo ele, com a pandemia e constante transformação, em que as empresas estão se reinventando e buscando alternativas formais de contratar trabalhadores, preservando os direitos, mas com oxigênio suficiente para acompanhar a oscilação da economia, o Trabalho Temporário se mostra como o regime mais rápido, eficaz e seguro tanto para as empresas quanto para os trabalhadores. “Para as empresas o trabalho temporário confere maior flexibilidade de gestão enquanto os trabalhadores têm seus direitos respeitados, podem adquirir mais conhecimentos e ter novas experiências no mercado de trabalho, o que potencializa sua recolocação em uma eventual vaga permanente”, continua Abreu.
Indústria elevará índice
Historicamente, o 2º semestre é o período de maior contratação de trabalhadores temporários, com destaque para o último quadrimestre (setembro, outubro, novembro e dezembro) devido às datas sazonais, como Dia das Crianças e Natal, em que o comércio é responsável por grande parte das contratações. Porém, em 2020, a pandemia deve alterar esse cenário.
“Acreditamos que haverá uma queda nas contratações temporárias realizadas pelo comércio, por ter menos pessoas visitando as lojas e pelo uso do comércio eletrônico. Mas, essa diminuição será superada pelas contratações das indústrias, que estão repondo seus quadros de funcionários para conseguir suprir a demanda do mercado”, explica Abreu.
Para o presidente da ASSERTTEM, a modalidade deve ser vista como oportunidade para que as empresas consigam atender suas demandas urgentes e emergenciais e para ganharem fôlego durante a retomada, até conseguirem efetivar os trabalhadores novamente.
“Entre janeiro e junho de 2020 tivemos mais de 1 milhão de contratações temporárias, somadas ao bom desempenho que esperamos para o 2º semestre, devemos alcançar a marca de 1,9 milhão de trabalhadores temporários contratados neste ano, um aumento de cerca de 28% em relação a 2019”, conclui.