As cidades inteligentes – ou smart cities, como o mundo conhece – ganham cada vez mais destaque em todo o globo e representam uma promissora evolução na maneira como a gestão pública gerencia o espaço urbano.
Esta integração de tecnologias avançadas otimiza recursos, promove um desenvolvimento sustentável, melhora a qualidade de vida dos cidadãos e ainda pode inspirar empresas a terem negócios mais eficientes e produtivos.
O mundo tem hoje mais de 170 cidades inteligentes, como Tóquio, Osaka, Paris, Londres, Nova York, Zurique, Seul e Oslo. No Brasil, acabamos de ver Curitiba, em novembro de 2023, ser eleita a Cidade Mais Inteligente do Mundo pela Fira Barcelona, durante o Smart City World Expo Congreess, na Espanha.
A capital paranaense garantiu o reconhecimento internacional pelas inovações que fazem parte do dia a dia dos seus quase 1,8 milhões de habitantes.
Entre elas, políticas públicas e ações e programas de planejamento urbano inteligentes da prefeitura de Curitiba voltados ao crescimento socioeconômico e à sustentabilidade ambiental.
O título levou em conta projetos como a criação do Vale do Pinhão, em 2017, que integrou o ecossistema de centenas de startups curitibanas; a criação de uma gestão moderna e participativa com Parceria Público-Privada (PPP); um programa de integração para ouvir a população e definir prioridades de investimentos; o pioneirismo 5G; e, claro, a eletromobilidade no transporte público de Curitiba, com a operação de ônibus elétricos a partir de 2024.
Cidades inteligentes, como é Curitiba, estão melhores preparadas para fazer um bom planejamento e também responder melhor aos novos desafios que surgem frequentemente.
Estratégias como as adotadas pela gestão pública da capital do nosso estado são estímulos para que empresas apostem em igual cultura. Para isso, é essencial o uso criativo da tecnologia dentro do seu eixo de inovação, desde economia, empreendedorismo, saúde e educação, passando pelo urbanismo, mobilidade e meio ambiente, até a governança.
Estratégias de crescimento
Em seus 50 anos de atuação, a Câmara Brasil-Alemanha do Paraná (AHK-Paraná) apoia estratégias de crescimento das empresas paranaenses e, nos últimos anos, tem promovido debates, trocas de ideias e treinamentos que se alinham a pilares de ESG, energia limpa e sustentável, transformação digital e inclusão social, os quais são prioridades das cidades inteligentes, para que possam fazer a diferença no dia a dia dos negócios de seus associados, gestores e colaboradores.
Ouvimos todos os dias sobre estudiosos e especialistas em busca de alternativas para a produção de energia de maneira sustentável, na intenção de reduzir a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera.
Preocupados em aproximar o tema dos associados, a AHK-Paraná inclusive prepara para a edição de 2024 do CEO Conference a presença de nomes relevantes, para tratar destes temas tão atuais, como é a transição energética e o hidrogênio verde.
Acreditamos que uma empresa precisa ser sustentável para se manter no mercado, bem como a automação da gestão dos sistemas se converte em economia significativa de recursos. A integração de serviços dentro de um trabalho colaborativo também é uma vantagem, no caso das empresas, entre sistemas e processos.
As cidades inteligentes, assim como as empresas inteligentes, são 4.0. Elas se apoiam no uso da tecnologia como internet das coisas (IoT), 5G, big data e inteligência artificial, para coletar e interpretar os dados e transformá-los em decisões inteligentes e em políticas públicas, para o benefício dos cidadãos e, no caso das empresas, de todos os seus stakeholders.
Explorar dados e dar ênfase à experiência de clientes e colaboradores pode contribuir com a economia e melhorar a atuação das organizações. Da mesma forma, adotar sistemas de monitoramento por câmeras e reconhecimento facial permite administrar melhor a movimentação por pátios e corredores, identificar rapidamente a entrada e circulação de estranhos e garantir a segurança e a proteção das operações internas.
Claro que é crucial considerar questões éticas, como privacidade e segurança, e garantir que o desenvolvimento seja inclusivo, evitando a criação de desigualdades digitais. Além disso, a participação dos trabalhadores, que atuam como se fossem cidadãos desta empresa inteligente, deve ser central no processo, para garantir que atenda verdadeiramente às necessidades e valores desta comunidade.
Boas práticas de governança
E, para que obtenha sucesso a longo prazo e sustentabilidade, promovendo a confiança, a transparência e a eficiência em suas operações, a aplicação consistente de boas práticas de governança é essencial e proporciona uma série de benefícios. Desde a transparência nas decisões e operações, na prestação de contas, proteção dos interesses dos stakeholders, gestão de riscos, sustentabilidade, conformidade legal e ética, melhor acesso a capital e recursos e atração e retenção de talentos.
Com todo este cuidado e equilíbrio, o empresariado pode garantir o sucesso a longo prazo de seu negócio.
* Daniel da Rosa é conselheiro da AHK-Paraná.
Sobre a AHK Paraná – Estimular a economia de mercado por meio da promoção do intercâmbio de investimentos, comércio e serviços entre a Alemanha e o Brasil, além de promover a cooperação regional e global entre os blocos econômicos. Esta é a missão da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná), entidade atualmente dirigida pelo Conselheiro de Administração e Cônsul Honorário da Alemanha em Curitiba, Andreas F. H. Hoffrichter.