A China e a OPEP publicaram nesta quarta-feira (21) comunicado conjunto comprometendo-se a trabalhar em parceria para a estabilização dos preços internacionais do petróleo.
Segunda maior economia do mundo, a China já assumiu a liderança global no consumo da commodity, mas o papel de potência negociadora com a OPEP tradicionalmente foi assumido pelos Estados Unidos, desde a fundação da organização.
Além do simbolismo do comunicado conjunto, o conteúdo da declaração foi explicitamente favorável a Pequim na conjuntura da covid-19.
Mohammad Barkindo, secretário-geral da OPEP, classificou os chineses de “exemplo ao resto do mundo” no combate à pandemia.
“Declarações como esta do secretário-geral da OPEP mostram que a aproximação tem iniciativa tanto dos integrantes do bloco quanto dos chineses.
A diminuição da importação de petróleo por americanos e europeus, a liderança da China na importação da commodity e as dificuldades regionais causadas pelo coronavírus são os principais alicerces dessa aproximação”, afirma Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais da ESPM SP.
OPEP e a China: negociação além dos fatores circunstanciais
Além dos fatores circunstanciais que reuniram os membros da OPEP e a China, há um movimento mais amplo da potência asiática na aproximação.
“A preocupação primordial é a garantia do fornecimento de petróleo, mas também há o fator de preenchimento de uma ausência americana. Em termos geopolíticos, os movimentos chineses simbolizam um forte avanço sobre regiões que tradicionalmente estiveram nas áreas de influência dos Estados Unidos nas últimas décadas”, afirma.
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As conversas dos Estados Unidos com os países da OPEP têm se tornado mais escassas e dirigidas essencialmente para responder a demandas internas, segundo Rudzit.
“As negociações dos Estados Unidos com a OPEP em 2020 foram pontuais, e focadas especificamente na sustentação do preço em patamares aceitáveis para os fornecedores domésticos americanos. A estratégia da China é mais ampla, pois além da questão do preço, envolve ocupar o vácuo diplomático deixado pelos americanos no Oriente Médio e na relação bilateral com cada um dos membros da OPEP.”
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