O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado (15) que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reduzir tarifas de importação para produtos brasileiros representa “um movimento positivo e na direção correta”, mas destacou que o governo brasileiro não considera o processo encerrado.
Segundo Alckmin, mesmo com o anúncio da Casa Branca — que derrubou tarifas retroativas para itens como carne bovina, café, tomates e bananas, entre outros produtos agrícolas — o Brasil seguirá trabalhando para corrigir distorções remanescentes na política tarifária norte-americana.
“É uma sinalização construtiva, mas ainda há pontos a serem ajustados. Vamos continuar o diálogo para garantir condições mais equilibradas de competitividade aos exportadores brasileiros”, afirmou.
Trump descarta novas reduções tarifárias e promete queda adicional nos preços internos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (14) que não serão necessárias novas reduções tarifárias além das anunciadas ontem para produtos como carne bovina, tomates, café e bananas. Segundo ele, os itens contemplados “não têm competitividade nos EUA”, o que significa, em sua avaliação, que não há indústria doméstica a ser protegida.
“O que vamos fazer é levar os preços caírem ainda mais”, disse o presidente, reforçando que a medida tem como objetivo reduzir custos ao consumidor americano.
Trump voltou a destacar que o país vive um período de baixa inflação, argumento que tem repetido para defender sua política econômica. Durante a mesma fala, ele classificou o Obamacare como um “desastre” e disse que pretende substituir o programa permitindo que “as pessoas comprem seus próprios planos de saúde” com recursos repassados pelo governo.
Conversas com governo americano devem ser retomadas após a COP30
Embora ainda não haja reunião bilateral marcada, Alckmin disse que há disposição dos dois lados para avançar nas negociações assim que a comitiva brasileira encerrar sua agenda na COP30, em Belém.
O vice-presidente enfatizou que o Brasil busca um acordo mais amplo, que trate não apenas de tarifas agrícolas, mas também de cadeias industriais, energia limpa e integração comercial.
Contexto das negociações
Na sexta-feira (14), Trump assinou uma ordem executiva reduzindo tarifas sobre produtos agrícolas importados — decisão amparada, segundo o presidente americano, em recomendações técnicas, na demanda interna dos EUA e no andamento das conversas com parceiros comerciais. A medida prevê reembolsos retroativos de tarifas já cobradas, seguindo os procedimentos padrões da Alfândega dos EUA.
A decisão foi recebida com otimismo por setores do Agronegócio brasileiro, mas o governo federal avalia que ainda há entraves significativos que precisam ser enfrentados para ampliar o acesso de produtos brasileiros ao mercado americano.



















