O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou o primeiro Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) a ser investido no âmbito da Chamada Pública para Fundos de Crédito para MPMEs lançada em maio deste ano com duas modalidades de fundo.
O FIDC CashMe-Plural foi o melhor classificado dentre os seis pré-selecionados de sua modalidade para a fase de análise gerencial e jurídica e receberá do BNDES aporte de R$ 487 milhões, por meio da subscrição de cotas do fundo.
O fundo, que também contará com o aporte de R$ 138,3 milhões por parte da Cyrela e da BRPP, gestora do Grupo Genial, totalizará um capital de R$ 625,3 milhões.
No âmbito da iniciativa, poderão receber aportes do BNDES ainda mais nove FIDCs, somando o valor total de até R$ 4 bilhões.
Com o aporte do BNDES, o FIDC CashMe-Plural passará a disponibilizar para empreendedores financiamentos de até R$ 2 milhões de reais por meio da plataforma eletrônica da CashMe, fintech do Grupo Cyrela, que é especialista em empréstimos com garantia de imóvel.
A previsão é que o custo final para o cliente na obtenção de crédito via CashMe fique em até IPCA + 1,15% ao mês, consideravelmente abaixo dos 4% ao mês, limite de custo exigido no edital da Chamada.
O prazo médio das operações pode superar 4,7 anos.
A projeção é de que sejam beneficiados 1.700 MPMEs e profissionais autônomos de diversos setores.
Parcerias
Além da modalidade de crédito citada, a CashMe, juntamente com o Instituto Cyrela e ONGs parceiras, dedicará um time para que até R$ 500 mil do valor aportado no fundo sejam destinados ao microcrédito, com o objetivo de melhorar a situação de vulnerabilidade econômica de mulheres e famílias de baixa renda.
Considerando o efeito da revolvência, que consiste na concessão de novos empréstimos à medida que as parcelas dos empréstimos anteriores vão sendo pagas pelos clientes ao fundo, a expectativa é de que estes recursos beneficiem 1.000 microempreendedores, com operações de tíquete médio de R$ 1,5 mil.
Como um todo, o fundo deve chegar a beneficiar 2.700 clientes.
Segundo o Diretor de Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Laskowsky, os FIDCs formatados pelo BNDES foram concebidos no contexto das medidas emergenciais elaboradas pelo BNDES durante a pandemia, e representaram iniciativa inovadora dotada de um papel estruturante de longo prazo na ampliação dos canais de crédito a pequenos e médios negócios brasileiros, ao complementar a oferta de crédito disponibilizada pelo sistema bancário, agregando com isso recursos na economia.
Para Paulo Gonçalves, co-fundador da CashMe, o ponto principal é logicamente, levar um crédito justo para os Micro, Pequenos e Médio Empresários.
Acrescenta ainda: “O processo todo de desenvolvimento nos proporcionou trocar e aprender muito com nossos parceiros! Hoje temos a certeza de que o aporte será levado e gerido de forma segura e saudável!”.
“O Grupo Genial está muito honrado com a oportunidade de proporcionar o desenvolvimento e o acesso ao crédito de diversas MPMEs através da estruturação de um FIDC com a CashMe e o BNDES, em um momento tão desafiador de nossa economia. A presença do BNDES certamente potencializará o alcance desta iniciativa”, comenta André Schwartz, CEO do Banco Genial.
Chamada Pública para Fundos de Crédito para MPMEs
O BNDES estima alcançar em torno de 2 milhões de empresas com esta iniciativa, que tem como foco qualquer empreendedor com acesso a um meio de pagamento, seja por meio de uma maquininha, por marketplace ou via fintech, mesmo que não seja bancarizado.
A expansão do crédito por meio de canais alternativos é uma tendência mundial e está alinhada ao propósito social do BNDES.
O banco poderá ter uma participação de até 90% do capital de cada fundo, observado o limite de R$ 500 milhões de cada. Os recursos deverão ser aplicados em negócios no Brasil.
A Chamada Pública pode ser acessada no Portal do BNDES.
O BNDES
Fundado em 1952 e atualmente vinculado ao Ministério da Economia, o BNDES é o principal instrumento do Governo Federal para promover investimentos de longo prazo na economia brasileira.
Suas ações têm foco no impacto socioambiental e econômico no Brasil.
O Banco oferece condições especiais para micro, pequenas e médias empresas, além de linhas de investimentos sociais, direcionadas para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano.
Em situações de crise, o Banco atua de forma anticíclica e auxilia na formulação das soluções para a retomada do crescimento da economia.