Desde o último dia 20 de setembro, já se encontra em vigor aumento temporário de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para operações de crédito.
A verba será utilizada no Auxilio Brasil, versão ampliada do Bolsa Família, proposta pelo Governo.
Embora o IOF também incida sobre câmbio, seguros e investimentos, o aumento temporário que vigorará até o dia 31/12/2021, deve afetar apenas as operações de crédito.
Na prática, para as pessoas físicas afetará o empréstimo, rotativos do cartão – quando há atraso de pagamento – e o cheque especial. Já para as pessoas jurídicas, a mudança terá impacto principalmente no que se refere a capital de giro e antecipação de recebíveis.
Com os recentes aumentos da Selic e ainda a possibilidade de crescer ainda mais até o fim do ano, o brasileiro já vem se preparando para pagar mais juros em seus financiamentos e empréstimos.
Além disso, esperávamos uma redução dos custos com o open banking, mas o aumento da taxa e o crescimento do IOF podem “apagar” o impacto positivo que o open banking geraria.
Não é a primeira vez que somos surpreendidos com aumento do IOF em prazo tão curto.
O anúncio aconteceu na última sexta-feira (18), e iniciou hoje (20). Há 10 anos, por exemplo, ocorreu uma mudança definitiva no IOF dos cartões de viagem, igualando o imposto com o cartão de crédito, e também foi avisado um dia antes, o que nos coloca em um cenário parecido.
Para vermos a comparação das alíquotas diária e anual, antes e depois do aumento, de acordo com o Ministério da Economia
Pessoa Jurídica: Alíquota diária atual: 0,0041% X Nova alíquota diária: 0,00559%.
Pessoa Jurídica: : Alíquota anual atual: 1,50% X Nova alíquota anual: 2,04%
Pessoa Física: Alíquota diária atual: 0,0082% X Nova alíquota diária: 0,01118%
Pessoa Física: Alíquota anual atual: 3,00% X Nova alíquota anual: 4,08%.
Diante disso, vem o questionamento: como se programar com antecedência ao sermos avisados sobre esse tipo de mudança de maneira tão abrupta?
Na verdade, embora não possamos “adivinhar” estes movimentos, eles são previsíveis conforme a dívida do país aumenta e os problemas econômicos se agravam.
Quando se administra uma empresa, ao detectar problemas financeiros é necessário aumentar a receita e diminuir as despesas. No caso do governo, acontece a mesma coisa: e como a única fonte de receita é a arrecadação de impostos, e, por isso, a decisão acaba sendo em que área mexer.
Para não sofrer perdas consideráveis diante de um cenário como este, as dicas são: guardar dinheiro sempre, ter um colchão de segurança, viver um padrão de vida abaixo do que consegue manter, investir bem e de forma inteligente, e fazer o dinheiro trabalhar para você.
São medidas que funcionam muito bem e que devem fazer parte do dia a dia do brasileiro.
É um trabalho árduo, que no começo pode parecer difícil de gerar resultados, mas que a longo prazo faz toda a diferença.
Sobre a Autora:
Especialista em mercado financeiro e investimentos, Ale Boiani é CEO e fundadora do 360iGroup , grupo especialista em saúde financeira e planejamento.