Nesta quarta-feira (19) o dólar já estava operando na manhã com valor de R﹩4,37 e os analistas ainda projetam chegar em pouco tempo em R﹩4,40. O governo já alertou que é bom se acostumar com esses índices e o ministro Paulo Guedes afirmou que o dólar alto é bom para todos. Mas será que isso é real?
O índice é assustador e, pode ter certeza, terá impacto na vida de todos – viajantes, investidores e empresários -, mas com certeza quem será mais prejudicada é a população em geral, que enfrentará muitas altas de preços.
“A população brasileira no geral também é atingida, pois somos consumidores. Somada à inflação, que também está aumentando, a alta da moeda americana reflete diretamente no preço de produtos e serviços de nosso cotidiano, encarecendo-os substancialmente e, consequentemente, diminuindo nosso poder de compra”, explica o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos., do canal Dinheiro à Vista (http://www.dinheiroavista.com.br).
Um exemplo de aumento é o relacionado ao trigo, que é em grande parte importado, o que irá refletir no aumento no preço do pãozinho da padaria, bolos e diversos produtos do dia a dia da população. No supermercado isso deve ser sentido também em todos os produtos que possuem matéria prima. Se o dólar aumenta, os preços desses produtos aumentam também.
“Isso se replica em todos os setores que utilizam ou vendem matérias primas, produtos que são ou possuem peças importadas. Com isso a perspectiva é que se observe também a alta dos índices inflacionárias. Não tem como dizer que não haverá impacto para o cotidiano das pessoas”, alerta Domingos.
Embora não seja motivo para pânico, há muitos cuidados a serem tomados nesse período. Por isso, o melhor a fazer é reunir a família, rever os custos diários e mensais, reduzir os excessos e supérfluos e fazer algo que parece óbvio, mas muita gente não consegue: garantir que o ganho sempre seja maior que as despesas.
Efeito elástico da alta de preços
Reinaldo Domingos alerta para uma questão que ele chama de efeito elástico da alta de preços. “Um ponto que alerto é que mesmo com a cotação do dólar diminuindo, o mesmo não deve acontecer com o preço. Quando observamos esses tipos de aumentos, observamos que depois, mesmo com a cotação voltando aos valores antigos, o mesmo não acontece com os preços, que podem até ter uma redução, mas não na mesma proporção”.
Por isso a necessidade de adequação de todos a essa nova realidade, pois não adianta ter expectativa de melhoria. Segundo o especialista, agora é a hora de assumir a responsabilidade, encarar a realidade e mudar os hábitos para passar por essa situação de maneira sustentável e consciente. A reeducação financeira é a grande solução para os novos tempos.