Ultimamente, no mercado imobiliário, um dos temas que mais tem chamado nossa atenção é o de que pessoas estão comprando terrenos no tal metaverso e pagando fortunas por eles.
Mas, como assim? Afinal, metaverso não é algo abstrato, impalpável, virtual? O que é isso? Por outro lado, terreno, sempre se soube que é algo sólido, demarcável, em que se pode pisar e construir.
A fim de esclarecer essa e outras dúvidas, Arthur Igreja, convidado pelo Sistema Cofeci-Creci, nos brindou com a palestra a seguir resumida, a primeira do Saber Imobiliário III.
Ele lembra que, em 1626, a ilha de Manhatan, New York, foi trocada com os índios que a habitavam por bugigangas estimadas em 24 dólares. Talvez porque não criam no seu pujante futuro.
Da mesma forma, poucos creram na internet ao ser aberta ao público, em 1989. Os poucos que acreditaram estão milionários.
Com o metaverso não será diferente! Pode ser que não nos interesse um “terreno” no metaverso, mas há estimativas de que esse mercado atingirá rapidamente o volume de 800 bilhões de dólares em negócios. Não dá para ignorar!
Tik Tok
O caso Tik Tok é emblemático.
Igreja lembra que, quando foi lançado, numa palestra para 4,5 mil pessoas, apenas quatro ou cinco conheciam o aplicativo.
Quase todos diziam que não o usariam. Hoje, tornou-se um gigante. O metaverso notabilizou-se em outubro de 2021, quando, em sua alusão, a empresa Facebook assumiu o nome META.
Na ocasião, Mark Zuckerberg exibiu seu avatar e como podia incorporá-lo com facilidade.
O metaverso, porém, não é novo. Há cerca de 30 anos, Neal Stephenson já o definia em sua obra Snow Crash.
Os jogos eletrônicos The Sims (2000) já simulavam a sociedade no mundo virtual. Da mesma forma, o Second Life simulava a vida real em 3D, por meio de avatares; o filme O Jogador nº 1, de Steven Spielberg (2018); a série Black Mirror (2011). Todos já dimensionavam o que viria a ser o mundo tecnológico do metaverso.
Um dos últimos episódios de Black Mirror ficcionava uma lente de contato, hoje em fase final de testes para comercialização. A distância entre ficção e realidade se encurta cada dia mais. Não raro, a notícia real parece pertencer à ficção.
Em 2016, Zuckerberg dizia que o futuro seria uma combinação de conectividade com inteligência artificial e realidade virtual. Mas tudo leva tempo. Por isso, é importante acompanhar a evolução.
O MV tem três ambientes essenciais: 1. Virtual (3D), onde não há limites físicos, como a gravidade, por exemplo; 2. Imersivo; e 3. Social. No MV, as tecnologias têm de amadurecer ao mesmo tempo.
Os óculos, o smartphone, a conexão 5G de baixíssima latência (instantaneidade). Hoje, não há cabos. Tudo está no próprio objeto: óculos, smartphone, hand computer etc.
Existem muitos MVs, e outros poderão ser criados, em função da concepção de cada criador. Seus espaços são limitados, como o são nas cidades reais, por opção de seus criadores, para que seus “terrenos “sejam raros, disputados e caros.
Celebridades “constroem” casas e palcos no MV e nelas recebem milhares de fãs. Isso é impossível na vida real.
Enfim, o MV é algo entre o mundo físico (3D) e o virtual (2D). É um mercado de ostentação, de criptomoedas, de NFTs. Mas há muito espaço para os Corretores de Imóveis. A quem se interessa, é bom aprender e ficar de olho!
O Sistema Cofeci-Creci
Composto por um Conselho Federal e 25 Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis em todo o Brasil que têm a função de normatizar e fiscalizar uma profissão de grande relevância para o desenvolvimento da nação.
O Sistema funciona sob a égide da lei 6.530, de 12 de maio de 1978 e engloba cerca de 440 mil Corretores de Imóveis e 54 mil empresas de intermediação de negócios imobiliários. Outras informações: site do Cofeci