Recentemente o termo V.U.C.A. ficou muito conhecido no mundo corporativo por descrever claramente o ambiente onde estamos inseridos: Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo.
E, se a nossa realidade já estava desafiadora, imagine agora com a chegada do coronavírus?
Um vírus que veio redefinir a dimensão desta Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade em todos os papéis que exercemos em nossa vida, seja como profissionais, empreendedores, empresários, fornecedores ou como consumidores, pais, vizinhos, cidadãos.
Até outro dia, discutíamos sobre como lidar com a velocidade das mudanças, quais os melhores caminhos e estratégias para mobilizar as pessoas em direção ao novo. Mais do que qualquer outro fator, o ritmo das mudanças na tecnologia, na economia e na sociedade vinha remodelando o futuro do trabalho.
No entanto, a transformação real vinha sendo, paradoxalmente, lenta. E, para surpresa de todos, no espaço de algumas semanas, o mundo mudou abruptamente.
A pandemia causada pelo coronavírus fez a economia mundial percorrer um caminho inesperado: a saúde virou trending topic, acompanhamos paralisações diversas de negócios, redefinições jurídicas e trabalhistas se tornaram diárias, home office vira a nova rotina dos profissionais, a virtualização é a forma de dar continuidade a agenda de trabalho, aulas escolares são suspensas, famílias voltam a conviver mais tempo isolados dentro de suas residências, uma vez que o distanciamento social continua sendo a melhor prática para “achatar a curva” do contágio do Covid-19. A vida é a prioridade.
O coronovírus se torna então o grande impulsionador da transformação das relações humanas e de trabalho.
Simplesmente, impressionante! Com ele como acelerador, tudo o que previmos sobre o futuro do trabalho se desenrolará em meses.
O novo normal mostrará que o propósito de qualquer negócio são de fato as pessoas.
Deveria ser óbvio, não é mesmo?
Isto quer dizer que o trabalho e a liderança se reconfigurarão em torno das pessoas, e não o contrário. A pergunta será: como fazer dar certo? E não mais apresentar uma lista enorme do porquê não contratar tal pessoa (uma mãe com filho pequeno, por exemplo), não ajustar tal política interna de gestão de recursos humanos ou ainda colocar um procedimento burocrático acima das necessidades humanas. Isso demanda um novo imperativo de liderança para focar no potencial humano inspirador, em vez de simplesmente impulsionar a produtividade.
Tem muita gente competente interessada em realizar trabalhos incríveis, tem muita capacidade criativa subaproveitada.
As perguntas clássicas para construir a cultura de uma organização:
a) Por que você existe? (Missão)
b) Como o mundo parece diferente porque você existe? (Visão)
c) O que você fará e não fará para alcançar sua missão e cumprir sua visão? (Valores)
deverão passar pelo repensar seu compromisso com a humanidade.
Muitas organizações descobrirão que podem ser altamente eficientes e rentáveis trabalhando de forma diferente do passado incluindo, por exemplo, trabalho remoto, mais autonomia para as pessoas, menos hierarquia nas estruturas de cargos, menos ostentação estrutural de suas instalações físicas, entre tantos outros aspectos que até meses atrás ocupavam grande parte da pauta das reuniões da alta liderança.
Nada como uma pandemia global para defender que a sobrevivência de uma empresa depende de uma cultura que possa se adaptar e dar respostas rápidas e consistentes a momentos críticos como este, tendo as pessoas como eixo principal das decisões.
A boa notícia é esta: o cenário para o futuro do trabalho para os seres humanos é otimista!
O ambiente VUCA se transformará, assim como nós também. Renovamos a esperança de ter os humanos em papel central no futuro do trabalho e da humanidade. Mais do que nunca, estamos todos juntos na mesma intenção