A missão humanitária enviada pelo Governo Federal ao Haiti completou cinco dias de atividades nesta sexta-feira (27).
Entre as mais importantes ações, foi instalada uma base na cidade de Les Cayes, no sul do país, que serve de apoio para a distribuição de cestas básicas e busca de desaparecidos.
Coordenador da missão brasileira e diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun conta que a missão brasileira teve dificuldade para se deslocar de Porto Príncipe até Les Cayes.
Foram cerca de nove horas de trajeto por estradas que, em muitos pontos, estavam danificadas. Além disso, havia o risco de a equipe ser surpreendida por assaltantes em busca das doações que estavam sendo transportadas pela equipe.
“Era um trajeto de 200 quilômetros e passar com o comboio brasileiro era complicado, porque nenhum deste tamanho tinha passado ainda para Les Cayes. Havia relatos de pilhagem destes materiais, de gangues nas rodovias que fazem pilhagens”, relatou Braun.
Desde o início dos trabalhos, na segunda-feira (23), o Cenad passou a elaborar um boletim diário com informações meteorológicas para dar apoio à missão. Nos últimos dias, uma tempestade tropical levou fortes chuvas ao Haiti e complicou ainda mais as operações.
A base brasileira foi instalada no Centro de Formação Profissional Brasil-Haiti. Em Les Cayes, drones sobrevoaram a cidade para identificar locais com potencial necessidade de atuação da equipe.
Além disso, famílias desabrigadas foram acolhidas em um campo de futebol localizado no complexo brasileiro.
Atividades em três cidades
Após se instalarem na nova base de operações, a missão brasileira, que conta com 32 bombeiros militares de diversos estados e dois cães farejadores, foi enviada a três cidades diferentes.
Uma equipe foi para a cidade de Camp Ferrand, onde havia demanda de busca de pessoas desaparecidas e de construção de abrigos. Outro grupo foi para Nippes dar apoio à distribuição de cestas básicas para a população carente.
O terceiro time foi à cidade de Chantal, onde havia uma informação ainda não confirmada de que corpos pudessem ser encontrados.
Segundo Braun, chegar a Chantal foi especialmente difícil porque a ponte que leva ao município foi destruída pelo terremoto e o acesso ao local só é possível após a travessia de um rio com viaturas apropriadas.
A missão humanitária ao Haiti é liderada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e conta com a participação dos Ministérios das Relações Exteriores, da Defesa, da Saúde e da Justiça e Segurança Pública.