Pagar dívidas. Essa é a sugestão do coordenador do MBA de Gestão de Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, para o trabalhador que vai sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“Como o pagamento vai ser feito à vista, deve-se negociar para obter desconto razoável no saldo devedor. Afinal de contas, a quitação da obrigação é também do interesse do credor. Caso não tenha dívidas, deve-se procurar antecipar pagamentos de cursos ou outras atividades com débito programado para os próximos meses, desde que sejam concedidos descontos atrativos”, explica Teixeira.
O especialista em gestão ressalta que com dinheiro na mão é possível negociar para abater a dívida ou trocá-la por outra com juros mais baixos. “Liste tudo o que você deve em cartões de crédito, cheque especial, carnês, boletos, empréstimos e financiamentos. Procure negociar diretamente com as instituições credoras. Vale a pena pesquisar antes no mercado as condições oferecidas e escolher a mais vantajosa”, destaca o professor da FGV.
Caso não tenha dívidas a saldar, nem antecipações que valham a pena fazer, o professor da FGV aconselha o trabalhador a criar uma reserva (com liquidez) para emergências. “Já tendo essa reserva, deve-se pensar em investir o dinheiro sacado, sempre respeitando o perfil de aversão ao risco de cada um. Se a pessoa já tiver investimentos, então pode-se pensar em consumir, mas lembrando que esse saque é uma antecipação da indenização por demissão sem justa causa ou por aposentadoria”, diz Teixeira.
Impacto na economia – Teixeira lembra que caso sejam autorizados saques anuais do FGTS, o governo federal deve analisar qual será o reflexo em programas de construção habitacional e de infraestrutura, que usam recursos do fundo. “Essa liberação anual pode ser feita. No entanto, o governo provavelmente precisará definir outras fontes de financiamento para os referidos programas”, salienta Teixeira.