O Governo Federal apresentou nesta quinta-feira (18) a Avaliação Estratégica do Plano Nacional de Logística (PNL 2050), documento que traça um diagnóstico da matriz de transportes brasileira e projeta diretrizes para o desenvolvimento da multimodalidade nas próximas décadas. O estudo contou com a participação do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), que reforçou a necessidade de equilibrar os modais de transporte no país.
Segundo a avaliação, o atual modelo apresenta forte dependência das rodovias, o que gera sobrecarga logística e aumento de custos. O plano propõe ampliar o uso de hidrovias, da cabotagem, das ferrovias e da infraestrutura aeroportuária, com foco em eficiência e competitividade.
Integração logística e corredores de alta capacidade
Um dos principais destaques do documento é a diretriz de priorizar modais de alta capacidade e maior eficiência operacional. O objetivo é conectar áreas de produção aos portos e aos mercados internacionais por meio de corredores logísticos integrados, reduzindo gargalos e custos no escoamento de cargas.
Para o diretor de Programa de Políticas Setoriais, Planejamento e Inovação do MPor, Tetsu Koike, o PNL 2050 representa um instrumento estratégico para orientar Políticas públicas. Segundo ele, a integração entre os modais é fundamental para garantir eficiência logística, redução de custos e superação de desafios históricos do setor de transportes.
Plano em constante atualização
O secretário executivo de Transportes, George Santoro, destacou o caráter dinâmico do PNL. De acordo com ele, os planos de transporte rodoviário e ferroviário passam por revisões periódicas, a cada cinco anos, o que permite ajustes e maior integração entre os modais.
Segundo Santoro, o PNL 2050 reúne dados que refletem de forma mais fiel a realidade do país, contribuindo para uma organização mais lógica da matriz de transportes e para a consolidação de corredores logísticos integrados.
Gargalos no escoamento e saturação aeroportuária
A avaliação técnica identificou gargalos logísticos que afetam diretamente a competitividade dos setores portuário e aéreo. Entre os principais problemas estão dificuldades na origem das cargas e no escoamento para exportação, o que compromete a eficiência dos portos brasileiros.
No transporte de passageiros, o estudo aponta a saturação de importantes eixos aeroportuários. Como resposta, o PNL 2050 adota, de forma inédita, uma abordagem intermodal para o deslocamento de pessoas, buscando ampliar a integração territorial e melhorar a acessibilidade.
O secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, ressaltou que o plano integra portos, rodovias e ferrovias em uma estratégia única, reconhecendo o papel dos trilhos e das estradas como elementos essenciais para o funcionamento do sistema portuário exportador.
Consulta pública aberta até janeiro de 2026
O PNL 2050 segue as diretrizes do Planejamento Integrado de Transportes (PIT), instituído pelo Governo Federal com o objetivo de aumentar a competitividade nacional. A Avaliação Estratégica do plano está em consulta pública na plataforma Participa + Brasil, com prazo aberto até 18 de janeiro de 2026.























