A Bolsa de Valores brasileira registrou nesta terça-feira (2) um dos dias mais fortes do ano, superando pela primeira vez a marca de 161 mil pontos e renovando seu recorde histórico de fechamento. Impulsionado por fatores internos e externos, o Ibovespa encerrou o pregão em 161.092 pontos, com alta de 1,56%.
O desempenho ocorre após a recuperação das perdas registradas na segunda-feira (1º) e supera o recorde anterior, de 159 mil pontos, alcançado na última sexta-feira (28). Na semana, o índice acumula ganho de 1,27%, e no ano de 2025, os avanços chegam a 33,93%.
No mercado de câmbio, o dólar comercial também refletiu o dia de maior apetite ao risco. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,33, queda de 0,52% e no menor nível em duas semanas. A desvalorização acumulada do dólar em 2025 agora chega a 13,75%.
Fatores internacionais impulsionam mercados
No cenário global, investidores reagiram à queda dos rendimentos dos títulos públicos dos Estados Unidos (Treasuries), após o aumento das apostas de que o Federal Reserve (Fed) poderá cortar os juros já na reunião da próxima semana. A expectativa reforçou o enfraquecimento do dólar em diversas economias emergentes, incluindo o Brasil.
Agenda doméstica reforça otimismo
No ambiente interno, dois movimentos contribuíram para a melhora do sentimento de mercado:
- Aprovação no Senado do projeto de taxação de fintechs e plataformas de apostas esportivas (bets) — medida considerada positiva para o equilíbrio fiscal de 2026.
- Alta de 0,1% na produção industrial em outubro, segundo dados oficiais. Embora o número tenha vindo levemente abaixo das estimativas, analistas interpretaram o resultado como um reforço às expectativas de que o Banco Central poderá iniciar um ciclo de cortes de juros já em janeiro.
Telefonema entre Lula e Trump reduz tensões
O ambiente político também influenciou diretamente o humor dos investidores. Após a divulgação de que houve uma conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o mercado ampliou o otimismo.
Em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump não detalhou o teor da conversa, mas afirmou que “gosta de Lula”, comentário percebido como gesto de distensão diplomática e redução de tensões bilaterais. A sinalização favoreceu o câmbio e ajudou a reforçar a valorização da Bolsa no fim do dia.
Perspectivas
Analistas apontam que a combinação de apetite global ao risco, expectativa de cortes de juros nos EUA, melhora das condições fiscais domésticas e aproximação diplomática entre Brasil e Estados Unidos deve manter o mercado brasileiro em ritmo positivo nos próximos pregões, embora a volatilidade continue elevada diante da proximidade das decisões monetárias internacionais.
Com informações da Reuters / Agência Brasil



















