O Ministério da Saúde anunciou no domingo (30) um investimento de R$ 9,8 bilhões em iniciativas para adaptar o Sistema Único de Saúde (SUS) aos impactos das mudanças climáticas. O aporte será destinado à construção de novas unidades de saúde e à aquisição de equipamentos que tornem as instalações mais resilientes às condições climáticas extremas.
O anúncio foi feito durante o 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), onde o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a crise climática representa uma grave ameaça à saúde pública. Ele alertou que, globalmente, um em cada 12 hospitais suspende suas atividades devido a eventos climáticos severos. Para enfrentar esse cenário, a pasta lançou o AdaptaSUS, um plano de adaptação do SUS às mudanças climáticas, que inclui estratégias de infraestrutura e operacionalização da rede de saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, o plano foi apresentado na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (cop30), realizada em Belém, e integra ações do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saúde). Um dos destaques do evento foi o lançamento do Guia Nacional de Unidades de Saúde Resilientes, que orienta sobre a construção e adaptação de Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais, com foco na resistência às adversidades climáticas.
O guia propõe diretrizes para estruturas mais robustas, com autonomia em energia e abastecimento de água, além de sistemas de segurança e inteligência predial. Também foi formado um grupo técnico, composto por especialistas do ministério, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Panamericana da Saúde (Opas) e de conselhos de saúde, que irá detalhar as diretrizes de resiliência.
Além das iniciativas voltadas à adaptação climática, o Ministério da Saúde anunciou a criação da Instância Nacional de Ética em Pesquisa (Inaep), que visa modernizar o sistema brasileiro de avaliação ética em pesquisas com seres humanos. A nova instância pretende agilizar as análises de projetos, reduzir duplicidades, estabelecer critérios de risco e regular os biobancos. Segundo o ministério, essa mudança aproxima o Brasil das melhores práticas internacionais e amplia a participação do país na pesquisa clínica global.
O investimento em resiliência climática e na ética de pesquisas visa garantir não apenas a adequação do sistema de saúde às novas condições ambientais, mas também a melhoria da qualidade das práticas científicas no Brasil.
Com informação agência Brasil






















