A Black Friday deste ano promete movimentar R$ 5,4 bilhões no comércio brasileiro, um aumento de 2,4% em relação a 2022, quando as vendas chegaram a R$ 5,27 bilhões, já descontada a inflação. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que apontou a sexta-feira da próxima semana, dia 28, como o principal dia de compras da temporada.
O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, destacou que a pesquisa se refere ao impacto das vendas ao longo de todo o mês de novembro, e não apenas ao dia 28, o que caracteriza a Black Friday no Brasil, com promoções se estendendo por mais tempo.
Setores que mais devem vender
Os setores com maior expectativa de vendas são:
- Hipermercados e supermercados: R$ 1,32 bilhão
- Eletroeletrônicos e utilidades domésticas: R$ 1,24 bilhão
- Móveis e eletrodomésticos: R$ 1,15 bilhão
- Vestuário, calçados e acessórios: R$ 950 milhões
- Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 380 milhões
- Livrarias, papelarias, informática e comunicação: R$ 360 milhões
Fatores que influenciam o aumento das vendas
A CNC atribui o crescimento esperado à recente desvalorização do dólar, o que tornou produtos importados mais baratos, e ao arrefecimento da inflação, além do aumento do emprego e da renda média da população. A taxa de desemprego atingiu 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o menor nível desde o início da série histórica do IBGE.
No entanto, a CNC também aponta fatores que podem limitar um crescimento ainda maior, como os juros elevados e o alto nível de endividamento das famílias. A taxa média de juros nas operações de crédito atingiu 58,3% ao ano, a maior desde 2017. Além disso, uma pesquisa do Banco Central mostra que 30,5% das famílias estão com contas em atraso.
Descontos e promoções
A CNC fez um levantamento diário de 150 preços de itens em 30 categorias e constatou que 70% delas apresentaram “elevado potencial de redução” nos preços, com descontos superiores a 5%. Os maiores descontos foram observados nas seguintes categorias:
- Papelaria: 10,14%
- Livros: 9,02%
- Joias e bijuterias: 9,01%
- Perfumaria: 8,20%
- Utilidades domésticas: 8,18%
- Higiene pessoal: 8,11%
- Moda: 7,82%
Cuidado com fraudes e golpes
A Black Friday também é um período de aumento nas tentativas de fraudes e golpes, o que exige atenção por parte dos consumidores. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) disponibilizou um guia para evitar problemas durante as compras.
Algumas recomendações incluem desconfiança de descontos irreais, verificação da reputação das lojas, e atenção a detalhes como prazos de entrega e políticas de reembolso. A Senacon também orienta a compra apenas em sites seguros, que possuam o selo “https” e um cadeado ao lado do URL.
Além disso, a Tecnologia tem sido usada para aplicar golpes com o uso de inteligência artificial (IA). De acordo com uma pesquisa do site Reclame Aqui, 63% dos consumidores não conseguem identificar fraudes que utilizam IA. É importante estar atento a sinais como vídeos e vozes artificiais, perfis falsos nas redes sociais e erros sutis em anúncios.
Histórico da Black Friday no Brasil
Inspirada na tradicional queima de estoques dos Estados Unidos, a Black Friday brasileira teve início em 2010, quando o movimento gerou R$ 1,52 bilhão, com a participação de apenas alguns setores, como móveis e eletrodomésticos. Desde então, o evento ganhou força, tornando-se uma das datas mais importantes para o comércio, atrás apenas de Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.
Com informação//Agência Brasil.






















