O processo que pode levar à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro entrou em sua etapa decisiva após a rejeição, por unanimidade, do último recurso apresentado pela defesa no Supremo Tribunal Federal (STF). A condenação — que ultrapassa 27 anos de pena — refere-se à participação do ex-mandatário na tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e outros crimes conexos.
A seguir, os próximos passos institucionais, os prazos possíveis e o cenário previsto para o cumprimento da sentença.
O que falta para o mandado de prisão ser expedido
Após o julgamento do recurso pela turma do STF, resta apenas a formalização do acórdão e a comunicação oficial ao relator do processo.
A partir desse momento, o ministro responsável pela ação passa a ter autorização para determinar a execução imediata da pena, incluindo:
- expedição do mandado de prisão;
- definição do local de custódia;
- encaminhamento às autoridades de segurança responsáveis.
Como todos os recursos com efeito suspensivo já foram esgotados, não há mais instrumentos capazes de impedir a ordem de prisão, restando à defesa apenas pedidos de reconsideração ou medidas de caráter excepcional, que não têm força para barrar a execução da sentença.
Quando a prisão pode ocorrer
Com o julgamento concluído e o recurso rejeitado, a ordem de prisão pode ser decretada a qualquer momento, seguindo apenas os trâmites formais internos do STF.
Especialistas consultados por veículos internacionais avaliam que:
- a prisão deve ocorrer em questão de dias ou semanas, não meses;
- a execução tende a ser rápida devido ao histórico de tentativas de fuga atribuídas ao ex-presidente;
- o monitoramento atual — que inclui vigilância constante e restrições de deslocamento — reforça a expectativa de que o cumprimento da sentença seja imediato assim que determinado.
Onde Bolsonaro deve cumprir a pena
A decisão final caberá ao ministro relator, mas os cenários prováveis incluem:
a) Sede da Polícia Federal em Brasília
Local historicamente utilizado para presos de alta repercussão política e onde já estiveram ex-ministros, governadores e parlamentares.
b) Unidade prisional federal
Uma alternativa para presos considerados de risco institucional, caso haja avaliação de segurança.
c) Regime domiciliar condicionado
Bolsonaro pode solicitar regime domiciliar citando problemas de saúde decorrentes do atentado de 2018.
Contudo, especialistas afirmam que essa opção depende de laudos médicos detalhados e parecer técnico da equipe de saúde do Judiciário — e não é considerada o cenário mais provável no início da pena.
O que acontece após a prisão
Depois da detenção, seguem etapas obrigatórias:
- audiência de custódia;
- definição do regime inicial (normalmente fechado, dado o tempo de pena);
- análise periódica do comportamento carcerário;
- eventual progressão, que só pode ocorrer após cumprimento do tempo mínimo legal.
A prisão marcará um episódio inédito na história brasileira: será a primeira vez que um ex-presidente é encarcerado por crimes relacionados à tentativa de ruptura institucional.
Impactos políticos imediatos
A ordem de prisão deverá provocar:
- reorganização das forças políticas conservadoras;
- reação de aliados e protestos localizados;
- debates no Congresso sobre propostas de anistia;
- reforço do discurso institucional de proteção à democracia.
Governos estrangeiros e entidades internacionais acompanham o processo como símbolo da capacidade do sistema judiciário brasileiro de responsabilizar autoridades, independentemente do cargo ocupado.






















