A Polícia Federal revelou que o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, recebia R$ 250 mil mensais em propina para favorecer a Conafer — entidade acusada de desviar recursos de aposentados e pensionistas. Stefanutto, conhecido como “O Italiano”, foi preso nesta quinta-feira na nova fase da Operação Sem Desconto.
Segundo o relatório da PF, quase toda a propina foi paga entre junho de 2023 e setembro de 2024, período em que Stefanutto ocupou a presidência da autarquia. A corporação aponta que ele:
- autorizava cadastros de filiação da Conafer sem checagem legal;
- mantinha convênios mesmo após alertas técnicos de fraudes e autorização falsificada de descontos;
- recebia repasses mascarados como “consultoria”, por meio de empresas de fachada vinculadas ao operador financeiro Cícero Marcelino de Souza Santos.
Planilhas de propinas e o rastro de R$ 640 milhões desviados
A PF também encontrou planilhas internas da Conafer com apelidos e valores de propina atribuídos a diretores e políticos. Dos R$ 708,2 milhões recebidos pela entidade, R$ 640 milhões teriam sido desviados — mais de 90% do total.
Entre os beneficiários citados, conforme os registros:
- “Herói A” – André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor do INSS
- “Herói V” – Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS (recebeu R$ 6,5 milhões)
- “Italiano” – Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS (R$ 250 mil por mês)
A PF afirma que as planilhas coincidiam com movimentações bancárias e datas de depósitos em empresas sem estrutura física ou funcionários.
Três ex-dirigentes do INSS foram presos hoje
Fidelis, Virgílio e Stefanutto estão entre os presos na operação desta quinta-feira, que investiga um suposto esquema bilionário de descontos ilegais em benefícios previdenciários.
A investigação segue em andamento.






















