Os brasileiros sacaram, em setembro deste ano, R$ 455,68 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Banco Central (BC). Desde a criação do Sistema de Valores a Receber (SVR), já foram devolvidos R$ 12,22 bilhões a clientes bancários. Ainda restam R$ 9,73 bilhões disponíveis para saque.
O SVR é um serviço do Banco Central que permite ao cidadão consultar se ele próprio, sua empresa ou uma pessoa falecida tem dinheiro esquecido em instituições financeiras, como bancos, consórcios, corretoras ou cooperativas de crédito.
Para realizar a consulta, não é necessário login. Basta informar o Cadastro de Pessoa Física (CPF) e a data de nascimento do cidadão, ou o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a data de abertura da empresa, inclusive no caso de empresas encerradas.
Caso o sistema aponte valores disponíveis, é preciso acessar a conta Gov.br — nos níveis prata ou ouro e com verificação em duas etapas habilitada — para verificar o montante, a origem dos recursos, a instituição responsável pela devolução e as instruções para o resgate.
Formas de resgate
O dinheiro pode ser retirado de três maneiras. A primeira é entrando em contato diretamente com a instituição responsável pelo valor. A segunda é por meio do próprio Sistema de Valores a Receber.
Desde maio deste ano, o Banco Central oferece também uma funcionalidade de solicitação automática de resgate. Com ela, o cidadão não precisa consultar o sistema periodicamente nem registrar manualmente cada pedido de devolução.
Quando houver valores disponíveis, o crédito é feito diretamente na conta do titular. Essa funcionalidade é exclusiva para pessoas físicas que possuam chave Pix do tipo CPF, e a adesão é opcional.
Origem dos valores esquecidos
Entre as principais fontes dos valores esquecidos estão:
- Contas-correntes ou poupanças encerradas;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
- Tarifas cobradas indevidamente;
- Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente;
- Contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas;
- Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas;
- Outros recursos disponíveis para devolução em instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são divulgadas pelo BC com dois meses de defasagem e incluem atualizações sobre novas fontes de valores esquecidos no sistema financeiro.
Quem já resgatou e quem ainda tem valores
Até o fim de setembro, 34.286.689 correntistas haviam realizado o resgate de valores — sendo 30.926.111 pessoas físicas e 3.360.578 pessoas jurídicas.
Por outro lado, 53.374.323 beneficiários ainda não efetuaram o saque. Desses, 48.639.667 são pessoas físicas e 4.734.656 são pessoas jurídicas.
A maioria tem direito a pequenas quantias: 64,63% dos beneficiários possuem valores de até R$ 10. Entre R$ 10,01 e R$ 100 estão 23,84% dos correntistas; entre R$ 100,01 e R$ 1 mil, 9,72%. Apenas 1,81% têm direito a mais de R$ 1 mil.
Cuidados contra golpes
O Banco Central alerta para tentativas de golpe envolvendo o Sistema de Valores a Receber. A instituição reforça que todos os serviços do SVR são gratuitos e que não envia links, mensagens ou solicitações de dados pessoais.
O BC também esclarece que não entra em contato para tratar sobre valores a receber nem autoriza terceiros a fazê-lo. Recomenda-se que os usuários nunca forneçam senhas ou informações pessoais fora dos canais oficiais do Banco Central
Fonte//Agência Brasil.






















