O último trimestre do ano costuma marcar um período de maior movimentação no mercado de crédito corporativo no Brasil, especialmente entre pequenas e médias empresas. Muitas delas intensificam a busca por liquidez para repor estoques e sustentar as operações até o encerramento do exercício fiscal.
Estudos indicam que essa época representa uma janela estratégica para o setor financeiro, já que os empreendedores buscam capital para aproveitar datas de alto consumo, como Black Friday e Natal, momentos decisivos para o desempenho anual das companhias.
Crescimento nas concessões e papel das fintechs
Segundo dados da M3 Lending, a demanda por financiamentos de pequenas e médias empresas cresceu 30% no quarto trimestre de 2024 em relação à média dos trimestres anteriores — tendência que deve se manter em 2025.
Para atender a esse movimento, fintechs de crédito vêm ganhando espaço, oferecendo soluções mais ágeis e menos burocráticas que as dos bancos tradicionais, além de taxas mais competitivas.
Um levantamento da PwC Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) mostra que o volume de crédito digital cresceu 68% em 2025, alcançando R$ 35,5 bilhões, ante R$ 21,1 bilhões em 2024. O número de clientes pessoa jurídica atendidos pelas fintechs aumentou 67%, com destaque para as micro e pequenas empresas, que representam 71,7% da base de clientes.
Também houve avanço entre empresas de maior porte, com cerca de 800 companhias com faturamento superior a R$ 300 milhões passando a recorrer a plataformas digitais de crédito.
Alta demanda no quarto trimestre
A M3 Lending, especializada em crédito para pequenas e médias empresas, liberou mais de R$ 20 milhões em 2024, sobretudo em operações de capital de giro. A empresa projeta disponibilizar R$ 31 milhões até o fim do ano, sendo R$ 10 milhões apenas no último trimestre.
Segundo o CEO Gabriel Sousa César, o período é estratégico para o setor:
“Outubro é um dos meses mais decisivos para empresas de médio porte que buscam capital de giro. Elas se preparam para a alta do consumo no fim do ano e precisam de capital para estocar e manter o caixa saudável. Nosso papel é oferecer crédito descomplicado e rápido, para que possam focar na operação e no crescimento”, afirma César.
Modelo de crédito colaborativo
Na M3 Lending, o modelo de crédito é baseado em investimentos coletivos. As empresas podem obter até R$ 500 mil por operação, e o capital não vem de um banco tradicional, mas de investidores que aplicam recursos na plataforma.
Esses investidores analisam as oportunidades disponíveis e escolhem os negócios nos quais desejam investir. Em troca, são remunerados conforme o pagamento das parcelas pelas empresas tomadoras de crédito.
As aplicações começam em R$ 250 e estão abertas para pessoas físicas e jurídicas, o que amplia o acesso e a diversificação de investimentos no setor.
Perspectivas para 2025 e além
Embora ainda não haja projeções específicas para 2025, as expectativas são positivas. O Banco Central do Brasil projeta uma inflação de 3,6% até o final de 2026, cenário que pode favorecer um ambiente econômico mais estável e o crescimento do crédito digital.
De olho nesse horizonte, a M3 Lending planeja movimentar R$ 600 milhões em transações até 2029. A empresa afirma que a combinação de Tecnologia e análise de perfil de financiamento permite oferecer condições de crédito até 50% mais vantajosas que as de instituições financeiras tradicionais.















