De fato, o planejamento financeiro envolve várias ações como administrar o próprio dinheiro, ter controle sobre o que se gasta e o que se arrecada. Bem como evitar compras supérfluas, manter uma reserva de emergência para situações inesperadas, economizar todos os meses para conseguir fazer uma viagem nas férias ou adquirir um imóvel. Considerado fundamental para a saúde financeira de um indivíduo, de uma família ou mesmo de uma empresa, é ele quem vai te ajudar a fugir das dívidas.
Embora a necessidade de cuidar do orçamento apareça invariavelmente no topo da lista de preocupações dos brasileiros, grande parte da população não tem conhecimento mais aprofundado sobre educação financeira. Essas pessoas muitas vezes acabam implicadas em situações difíceis que poderiam ser evitadas se fossem colocadas em prática algumas noções básicas de educação financeira.
O que é planejamento financeiro?
O planejamento financeiro é uma importante ferramenta que permite aos indivíduos administrarem suas finanças de forma mais organizada, eficiente e sustentável. Trata-se de um conjunto de medidas que auxilia as pessoas, para que tenham condições de suprir as necessidades básicas do dia a dia. Porém, também visa alcançar metas e realizar sonhos, pensando no médio e no longo prazo.
Um bom planejamento financeiro, que identifique necessidades presentes e futuras, serve como bússola cotidiana para evitar a drenagem de recursos e o desperdício. Ele também é um passo decisivo para que a tão sonhada independência financeira se torne realidade, proporcionando bem-estar e maior qualidade de vida.
Ao se planejar financeiramente, o indivíduo define o passo a passo que terá de seguir em busca de seus objetivos pessoais ou profissionais. Bem como qual é o caminho mais eficiente para ser bem-sucedido nessa jornada.
Entre os atributos indispensáveis para isso, estão disciplina, paciência e resiliência. Pode parecer fácil à primeira vista, mas não é tão simples assim.
Como fazer um planejamento financeiro?
O planejamento financeiro prevê a administração racional da arrecadação e das despesas, de forma que o orçamento não estoure e nem interfira na sustentabilidade econômica. É importante ressaltar que a organização das finanças não deve ser um ato emergencial. Ela só será efetiva se implementada permanentemente. O foco do planejamento financeiro é, por natureza, voltado ao longo prazo.
Um dos “segredos” está em buscar certo equilíbrio entre as necessidades imediatas e futuras — o que exige extrema disciplina e um apurado senso de organização. Também é preciso elaborar uma estratégia, fazendo um diagnóstico detalhado da situação financeira atual, identificando gargalos e projetando eventuais mudanças de rota.
Inicialmente, pelo menos cinco medidas devem ser tomadas para uma boa organização das finanças:
- Fazer uma radiografia completa do orçamento, com o detalhamento de todas as receitas e despesas;
- Monitorar com total atenção as despesas e cortar gastos supérfluos;
- Diversificar as fontes de renda de origem passiva, como aluguéis, investimentos e rendimentos em aplicações;
- Estipular (e cumprir) metas para gastos e investimentos mensais, com base no que realmente é necessário e sem extravagâncias;
- Manter uma reserva de emergência à qual se possa recorrer em situações imprevistas ou momentos de maior dificuldade econômica.
6 formas de se planejar financeiramente
Esses cinco passos iniciais são importantes, mas é apenas o começo. Além deles, para que um planejamento financeiro saia do papel e se torne factível, outros seis itens devem ser colocados em prática. São eles:
Organize suas contas
É importante separar e classificar todas as contas, gastos e notas fiscais. Outra boa dica é definir a mesma data para o pagamento dos boletos (ou, pelo menos, que seja em períodos próximos). Por fim, deve ser definido um limite mensal de gastos para despesas pessoais.
Acompanhe a movimentação financeira
Não basta organizar as contas e diminuir os gastos. É imprescindível acompanhar diariamente (ou pelo menos uma vez por semana) todas as movimentações financeiras. Esse monitoramento deve fazer parte da rotina.
Mantenha o controle financeiro e monitore os investimentos
Manter o controle sobre finanças e investimentos é primordial para regular a rotina de gastos e ter maior clareza sobre o que fazer para alcançar os objetivos. No caso dos investimentos, por exemplo, o monitoramento deve ser contínuo para que se tenha a garantia de que eles não extrapolem o orçamento e sigam dentro do planejamento inicial.
Busque conhecimento
Educação financeira requer preparo, inclusive teórico. Se não for possível fazer cursos sobre o tema, uma boa alternativa é assistir a vídeos disponíveis na internet ou ler livros especializados — desde que as fontes sejam confiáveis, é claro. Hoje não faltam no mercado publicações sobre o assunto ou bons profissionais que dão dicas e ensinam sobre finanças de modo didático e divertido.
Economize
O planejamento financeiro só será eficaz se houver o compromisso de redução de gastos. Parece óbvio, e é. Fechar o bolso e não gastar mais nada? Não. Mas gastar de acordo com aquilo que o orçamento permite.
Conheça e aceite sua realidade financeira
Qualquer planejamento financeiro deve estar atrelado à real condição econômica naquele momento. É a partir dela que serão definidas as estratégias e traçados os objetivos. Se uma pessoa recebe atualmente um salário mínimo e tem dívidas a quitar, não é prudente definir como meta fazer uma viagem de um mês pela Europa nas férias, antes de sair do vermelho.
Quais as vantagens de ter um planejamento financeiro?
Um bom planejamento traz inúmeras vantagens, a começar pela probabilidade maior de se chegar a um determinado objetivo financeiro. Com as finanças mais bem organizadas, há menos espaço para sustos ou imprevistos. Sendo assim, as chances de endividamento ou falência são remotas, quase inexistentes.
Entre as principais vantagens do planejamento financeiro, estão:
- Previsibilidade: saber quanto se ganha, quanto se gasta e quanto se deve economizar leva o indivíduo à posição de controle absoluto de sua vida financeira. Previsibilidade gera confiança, e confiança gera tranquilidade.
- Racionalidade: com o maior controle de suas despesas, as pessoas deixam de gastar com produtos e serviços desnecessários. A racionalidade financeira traz responsabilidade, evitando desperdício com aquilo que não é indispensável.
- Facilidade para investir: economizar permite que se invista com regularidade. Aplicar em fundos ou ações com dividendos, por exemplo, pode gerar aumento de renda no longo prazo, por meio dos rendimentos.
- Construção de patrimônio: em geral, a estabilidade gerada pelo planejamento financeiro permite que o indivíduo se preocupe menos com o retorno imediato e mais com a independência financeira que pode ser alcançada no médio e longo prazo. Finanças mais bem organizadas e com fluxo racional aumentam consideravelmente as chances de construção de um patrimônio mais sólido.
Como fazer uma planilha de planejamento financeiro?
Certamente, a forma mais eficiente de não se perder em meio a tantos números relacionados à vida financeira é organizar os dados em uma planilha. Decerto, é possível elaborar a planilha de forma automática ou manual.
Você deve inserir informações a respeito de suas finanças, como gastos com moradia, lazer, alimentação, transporte e educação, além de rendimentos de aplicações, por exemplo. É possível agrupar os dados por cada mês ou ano de sua escolha, o que facilita a compreensão do quadro geral.
Uma boa dica é listar todas as fontes de renda: uma coluna para cada categoria de rendimento, como salário, aluguel, pró-labore, dividendos, investimentos, entre outros. Também é útil dividir os gastos por categoria, criando uma outra tabela dentro da mesma planilha. Nesse ponto, é recomendável diferenciar os gastos fixos (como aluguel, escola, água, luz, IPTU etc.) dos gastos variáveis (alimentação, transporte, lazer etc.).
A visualização mais amigável e o detalhamento dos números por categorias tornam a organização financeira mais prática, economizando tempo e gerando menos estresse.