Ao longo dos últimos anos, cresceu a preocupação dos jovens com o uso sustentável dos recursos naturais e os estudos* na área apontam que este sentimento de proteção é maior quando há uma identificação do estudante com a natureza que o circunda.
Dentro das escolas, os professores têm se dedicado a adotar metodologias que provoquem nas crianças e adolescentes uma empatia com a fauna e a flora existentes nos lugares em que residem.
Conhecer esta realidade é uma forma de criar afinidade com a diversidade de seres que ali vivem.
“O trabalho em sala de aula é voltado para a classificação de plantas e animais do Cerrado para que eles compreendam o que há de especial nessa biodiversidade”, informou o professor Rodrigo Borges. “O que é essencial para conhecer a relação de interdependência que temos com a natureza”, completou.
Conscientizar aqueles que serão os adultos de amanhã é também garantir que as riquezas nativas do país serão manuseadas com mais sabedoria no futuro.
O aprendizado sobre estes processos faz toda a diferença na forma como são percebidos os ganhos científicos que este ecossistema traz.
Como explica o professor de Biologia, “a exploração destes bens, quando acontece de forma responsável, pode originar muitos produtos úteis para a sociedade. Ademais, ao estudar estes recursos, os alunos podem encontrar biotecnologias que ainda estão escondidas ali”, disse ele.
Apesar de ser o bioma mais antigo e o segundo maior do Brasil, o Cerrado é o mais ameaçado de todos.
Além de não contar com a mesma proteção que a Floresta Amazônica tem, o solo da savana brasileira depende de um complexo sistema de aquíferos subterrâneos e que, uma vez devastado, não voltará a se recuperar.
O contato que faz a diferença no retorno ao presencial
Após ficarem quase dois anos sem o convívio escolar – e alguns nunca o tiveram – muitos estudantes viram diminuir a proximidade que tinham com a natureza.
Para superar o tempo perdido, os educadores têm apostado em atividades que promovam a interação ao ar livre.
“Com a reclusão social devido às medidas de segurança contra a covid-19, os jovens deixaram de andar por aí e não puderem observar as belezas que o Cerrado oferece. Estar inserido no meio-ambiente desperta neles a curiosidade de entender como funciona a natureza à sua volta”, comentou Borges.
A proposta do professor é realizar passeios com destino a reservas naturais da região para colocar em prática o conhecimento repassado em sala de aula, mudando a didática da biologia para uma metodologia prática e palpável que propicie um interativo saber ecológico.
A iniciativa pode mudar a concepção errada que muitas pessoas têm do Cerrado.
“Quando falamos sobre, é comum que se pense em um local inóspito de vegetação seca e composta por árvores retorcidas, mas sabemos que esse bioma não se reduz apenas a isto. Há muitas paisagens belas a serem exploradas”, expressou ele.
Além dos tesouros que ainda não foram descobertos, o professor menciona que as expedições também partirão rumo a estações regionais de pesquisa. A decisão foi baseada em um modo pelo qual a produção científica brasileira possa ser valorizada.
“Muitas instituições brasileiras realizam estudos com as espécies nativas do Cerrado. Durante as excursões, apresentaremos os diferenciais do bioma, destacando a Ciência local e demonstrando como o aproveitamento responsável desses recursos pode trazer benefícios para todos”, concluiu.
Consciência ambiental
Um estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e divulgado em 2020 na revista Science, demonstra que os jovens têm se preocupado mais com o meio-ambiente nos últimos anos.
Por mais que a educação difundida sobre o tema seja padronizada para todo o país, especialistas informam que a identificação com a realidade regional cresce nos estudantes o interesse em preservar a natureza.
Como prova deste fator estão as populações das regiões amazonenses que consideram que o assunto tem uma grande importância para o futuro da sociedade.
Os Colégios Presbiterianos Mackenzie
Os Colégios Presbiterianos Mackenzie são reconhecidos, hoje, pela qualidade no ensino e educação que oferecem aos seus alunos, enraizada na antiga Escola Americana, fundada em 1870, por George e Mary Chamberlain, em São Paulo.