As eleições presidenciais nos Estados Unidos se aproximam, com a data marcada para 5 de novembro. Porém, o cenário político já começa se definir, prometendo uma intensa disputa entre o atual presidente Joe Biden, do partido Democrata, e o ex-presidente Donald Trump, do partido Republicano.
Essa reedição da disputa de 2020 coloca em visão não apenas o futuro político da maior economia do mundo, mas também os impactos em todo o mercado global.
A antecipação do mercado às eleições é evidente, com investidores e analistas já projetando os possíveis resultados e suas consequências para as principais classes de ativos.
No entanto, é importante notar que, historicamente, anos eleitorais nos EUA não têm mostrado uma interferência significativa nos níveis de volatilidade do mercado de ações. Um estudo da Avenue indica que o S&P 500, principal índice de ações de Wall Street, apresenta um desempenho quase idêntico em anos eleitorais e não eleitorais, destacando a robustez e estabilidade do mercado americano, independentemente do cenário político.
Nos Estados Unidos, a força das instituições e a estabilidade econômica permitem que a economia cresça e as empresas prosperem, independentemente do partido no poder. Isso reflete um contraste significativo com outros países, onde mudanças políticas podem levar a oscilações mais acentuadas nos mercados.
Gustavo Esteves, Analista Offshore da Criteria Financial Group, enfatiza a relevância das eleições no contexto dos investimentos. “A dinâmica das eleições nos EUA tem um impacto profundo nos mercados globais. Investidores devem estar atentos às políticas propostas pelos candidatos, especialmente em áreas como impostos e comércio internacional, para ajustar suas estratégias de investimento de maneira proativa,” destaca Esteves.
A eleição presidencial, embora de grande interesse, não é vista como um fator determinante para mudanças drásticas nas estratégias de investimento. Esteves aponta que mais significativo para o mercado é a política monetária do Federal Reserve, especialmente em torno do início do ciclo de corte dos juros, previsto para ocorrer no segundo semestre deste ano. Tal medida consegue influenciar a tomada de risco pelos investidores e aumentar o interesse por mercados emergentes.
Além disso, Esteves destaca que tanto Biden quanto Trump têm indicado uma postura mais dura contra a China, o que poderia impactar o comércio global. Nesse contexto, o Brasil emerge como um potencial beneficiário, podendo atrair fluxos de investimento desviados do país asiático.
Em vista das incertezas e complexidades do cenário eleitoral americano, o executivo aponta a importância da diversificação como estratégia de investimento. A diversificação, abrangendo diferentes classes de ativos e geografias, é essencial para mitigar riscos e potencializar retornos, preparando os investidores para qualquer cenário pós-eleição.
Apesar das diferenças ideológicas entre os candidatos, as fortes instituições americanas garantem uma certa previsibilidade e estabilidade para os investidores, permitindo que a economia e o mercado de ações continuem sua trajetória de crescimento, independentemente do resultado eleitoral, finaliza Esteves.