Mundo precisa de 80 milhões de km em rede elétrica até 2040

Mundo precisa de 80 milhões de km em rede elétrica até 2040

Mundo precisa de 80 milhões de km em rede elétrica até 2040

A Agência Internacional de Energia (IAE, na sigla em inglês) estima que o mundo precisará substituir ou adicionar 80 milhões de quilômetros (o equivalente a toda a quantidade já existente) de rede elétrica até 2040 para garantir que os objetivos da transição energética sejam alcançados. Isso porque as estruturas de distribuição não estão acompanhando o crescimento das formas de energia limpa, como a solar e a eólica.

O relatório da IAE menciona que muitas unidades geradoras de energia estão localizadas longe de cidades e áreas industriais. A análise cita o exemplo de projetos de energia solar fotovoltaica no deserto e turbinas eólicas no mar. Ou seja, distantes dos consumidores e, por isso, necessitam de uma rede de distribuição que leve a produção até eles.

Rosane Roverelli, managing director da Advantech Brasil (empresa especializada em produtos e soluções no campo de tecnologia embarcada e automação), afirma que o relatório reforça a necessidade de pensar não apenas na geração, mas também na distribuição e transmissão da energia.

“A expansão e modernização da rede elétrica exigirão investimentos significativos por parte dos governos e empresas. Isso inclui financiamento para construção de infraestrutura, atualização de tecnologias e implementação de medidas de eficiência energética”, analisa Roverelli.

A especialista enxerga alguns desafios no processo. Entre eles, estão direitos de passagem (locais e propriedades por onde vai passar a rede de transmissão), licenciamento ambiental e a necessidade de coordenação entre iniciativa privada e pública. “Esses pontos precisarão ser abordados de forma eficaz para garantir o progresso na construção da infraestrutura necessária”, avalia.

Transição energética no Brasil

Segundo a própria IAE, o Brasil é líder em expansão de energia renovável na América Latina. Dados de 2023 estimam que a região terá um crescimento de 165 gigawatts (GW) de geração energética até 2028, com o Brasil sendo responsável por 108 GW, bem à frente do segundo colocado, o Chile (25 GW). Os destaques, segundo a agência, ficam por conta da energia solar e eólica.

“O Brasil possui um dos mix de energia mais limpos do mundo, com grande parte de sua eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, especialmente hidrelétricas”, explica Roverelli. Ela acrescenta que o país tem “implementado políticas para promover a eficiência energética e atrair investimentos para o setor”.

A profissional traça uma relação com a questão da eletromobilidade ao afirmar que o Brasil está começando a avançar na adoção de veículos elétricos e na infraestrutura de carregamento. Isso pode, em sua visão, impactar positivamente na demanda por energia elétrica e na expansão da rede.

Há, no entanto, uma ressalva. “O país também enfrenta desafios, como o acesso à energia em áreas remotas, a necessidade de investimentos em modernização da rede e a complexidade do processo regulatório”, diz.

Diante de um cenário em que as questões climáticas são cada vez mais debatidas, Rosane acredita que o Brasil tem um papel fundamental a desempenhar. “O engajamento ativo e proativo do nosso país será essencial para contribuir com os esforços globais de combate às mudanças climáticas e para alcançar as metas estabelecidas no Acordo de Paris e em outras iniciativas internacionais relacionadas ao clima e energia”, conclui.

Para saber mais, basta acessar: https://www.advantech.com.br/ ou https://br.linkedin.com/company/advantech-brasil-ltda

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