Três formas inteligentes de usar o dinheiro do 13º Salário

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Em um ano que ficará para história, com uma pandemia que levou muitas vidas e impactou na economia, milhões de brasileiros esperam a chegada do 13º salário para ter um pouco de respiro. Contudo, neste ano até a forma de usar esse dinheiro tem que ser diferente.

Sempre defendo que esse dinheiro não deve ser usado para pagar dívidas, mas em uma situação atípica como a atual é sim válido usar desse artifício, mas cuidado, é preciso planejamento.

Também é importante lembrar que a chegado desse dinheiro coincide com o aumento de gastos típicos de final de ano, como troca de presentes, ceia de Natal e viagens. Mas é preciso considerar as despesas previstas para o início de 2021, também, além de olhar para a vida financeira e usar essa renda extra de forma consciente, respeitando o padrão de vida da família.

Enfim, uma fórmula mais complexa do que nunca e que depende de muito cuidado e análise, reunido toda a família para essa decisão. É importante entender que o 13º salário foi criado para ser uma gratificação de fim de ano, algo a ser recebido pela população como um presente. Hoje, muitos contam com ele para pagar as dívidas que já têm ou para começar novas, uma evidência de que gastam mais do que a sua renda permite.

1. Pagar dívidas

Dinheiro extra não deveria ser utilizado para quitar dívidas, afinal de contas, o correto é planejar e ter compromissos financeiros que caibam no orçamento mensal , mas como dito, nesse ano se abre uma exceção, mas não se deve sair correndo para ajustar as contas, é preciso entender o que se deve, qual o real fôlego para negociação e buscar os credores.

Muito cuidado com os acordos, pois muitas vezes se fecha algo que não conseguirá honrar e a situação se complica. É importante também entender que todos estão mais maleáveis no momento, tendo melhores chances de conquistar bons acordos. Mas reforço, o ideal é que o 13º seja poupado, investido (para render) e destinado para a realização de sonhos de curto prazo (a serem realizados em até um ano), médio prazo (de um a dez anos) e longo prazo (acima de dez anos).

2. Fazer as compras de fim de ano

Muitas pessoas vão utilizar o 13º salário para fazer as compras de final de ano, o que não é errado, principalmente para aliviar a tensão deste ano. Mas é importante que isso já tenha sido programado. Uma maneira de fazer isso é escolher uma época do ano (geralmente o início). Se puder inserir as despesas com a ceia de Natal e os presentes já no orçamento financeiro mensal e poupar o 13º inteiramente para os sonhos, melhor ainda.

3. Poupar e investir

Há pessoas que estão em uma “zona de conforto”, ou seja, não devem, mas também não poupam. A esses, faço um alerta para que ajam com consciência, pois um passo em falso pode levá-los ao endividamento e até à inadimplência, uma vez que não possuem reserva financeira para se apoiar.

É claro que cada pessoa usa o 13º salário como bem entender e julgar coerente, no entanto, já que não possui dívidas, é importante que se guarde boa parte dele, para começar a formar essa reserva e também para realizar mais sonhos, de agora em diante.

Para os investidores, mesmo que iniciantes, a melhor opção para utilizar o 13º é continuar investindo, tendo sempre um objetivo, seja ele qual for. A conclusão que podemos tirar é que dinheiro extra é muito positivo quando utilizado com educação financeira.

Sobre Reinaldo Domingos

Está a frente do canal Dinheiro à Vista. É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.

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