Transição energética avança no agronegócio com aposta em combustíveis alternativos

Transição energética avança no agronegócio com aposta em combustíveis alternativos

Transição energética avança no agronegócio com aposta em combustíveis alternativos Agronegocio 4 1 1

Foto: Reprodução/ Freepik

O agronegócio brasileiro tem avançado em direção a uma matriz energética mais limpa, impulsionado pela necessidade de aliar produtividade e sustentabilidade.

Uma das principais estratégias tem sido a adoção de combustíveis alternativos nas máquinas agrícolas, reduzindo a dependência de fontes fósseis e contribuindo para a mitigação dos impactos ambientais.

Brasil tem matriz energética favorável

O país, que já possui uma matriz energética com alta participação de fontes renováveis, destaca-se pelo uso consolidado do etanol na Mobilidade urbana. No campo, o biometano — derivado da biodigestão de resíduos orgânicos, como os provenientes de usinas de milho e cana-de-açúcar — surge como uma opção promissora.

Além de sustentável, o biogás pode ser produzido nas próprias propriedades rurais, aumentando a autossuficiência energética dos produtores.

Adaptação tecnológica exige reengenharia

A transição para combustíveis renováveis, no entanto, envolve desafios técnicos e estruturais. A substituição do diesel por fontes limpas exige modificações profundas nas máquinas agrícolas.

Especialistas apontam que a adaptação não se resume ao motor: componentes como transmissões, sistemas hidráulicos, eletrônicos e de refrigeração também precisam ser ajustados para garantir eficiência e durabilidade.

Infraestrutura ainda é obstáculo

A infraestrutura ainda é um obstáculo significativo. Para viabilizar o uso do biometano, por exemplo, são necessários investimentos em biodigestores, sistemas de armazenamento e transporte de gás.

O avanço nessa direção depende de parcerias entre fabricantes, produtores e instituições de pesquisa.

Indústria aposta em inovação e normas ambientais

Fabricantes de máquinas agrícolas vêm atuando em diversas frentes para viabilizar essa transição. Algumas empresas já oferecem motores que atendem às normas mais rígidas de emissão, como o padrão MAR-1, e desenvolvem soluções para o cumprimento da futura regulamentação MAR-2, que prevê a redução de óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado nos gases de escape.

Capacitação técnica é essencial

Além do desenvolvimento tecnológico, o treinamento de operadores e a assistência técnica têm sido apontados como fatores essenciais para a adoção bem-sucedida dessas tecnologias.

Com o avanço dos sistemas eletrônicos embarcados, a capacitação de equipes no campo tornou-se estratégica para garantir o pleno aproveitamento das novas soluções energéticas.

Perspectivas para biodiesel e etanol

No Brasil, também há expectativa em torno da ampliação da mistura de biodiesel ao diesel tradicional. A meta é alcançar a proporção de B20 — 20% de biodiesel — nos próximos anos.

Paralelamente, cresce o interesse pelo uso direto de etanol em tratores e colheitadeiras, especialmente em regiões com ampla oferta do combustível.

O país, com vastos recursos naturais e forte tradição agrícola, está bem posicionado para liderar esse movimento. A adoção de fontes energéticas mais limpas no campo representa não apenas um avanço ambiental, mas também uma oportunidade econômica e estratégica para o setor.

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