A economista Jadye Lima, analisa os cenários desta quarta-feira 03/05.
Quais as expectativas para a reunião do COPOM do dia 03/05?
As expectativas são de manutenção da taxa básica de juros.
Os recentes dados macroeconômicos e as incertezas fiscais condicionam o nível atual da Selic.
Fala-se na manutenção da Selic em 13,75% ainda neste mês. Você acredita que a expectativa será pela ata da reunião? Qual o recado esperado da ata do BC?
Acredito que sim, a expectativa sobre a manutenção da Selic não é novidade para o consenso de mercado, então o que restará será o conteúdo da Ata.
Eu particularmente aguardo um tom parecido com a da última reunião, em que é elogiado o trabalho do Ministério da Fazenda, sem deixar de enfatizar pontos sérios, como a independência do Banco Central, a razão dos juros estarem no patamar que está indicado que, por enquanto, a “guarda” continua armada, sem muitas novidades para cortes.
Acredita que há espaço para o Copom reduzir a taxa na próxima reunião?
Não, nas falas mais recentes do presidente do Banco Central, as sinalizações são pela manutenção.
Dados de inflação, de crédito e indefinições do Arcabouço Fiscal corroboram com a posição de vigilância.
Você acredita que já seja o momento de baixar os juros da taxa Selic? Sim ou Não, por quê?
Ainda não, os núcleos da inflação sinalizam pressão. As incertezas são muito grandes para qualquer posicionamento diferente do atual.
Você acredita que seja necessária a mudança de meta de inflação? A redução da taxa de juros é necessária para estimular o crescimento econômico?
Difícil dizer, precisaria de um estudo mais profundo para avaliar se a meta atual de 3% e as suas respectivas bandas são de fato factíveis.
Do contrário, qualquer mudança gera um ruído de credibilidade e mais atrapalha do que ajuda, sobretudo nas expectativas de inflação.
Sobre a atividade, a correlação entre juros e crescimento é inversamente proporcional, então para que tenhamos um crescimento sustável é necessário que os juros estejam pelo menos “neutro”, bem abaixo dos níveis atuais.
Quando você acredita que deve se iniciar o ciclo de queda de juros no Brasil? E quais as consequências para os investimentos?
Alguns agentes do mercado começam a precificar cortes ainda nesse ano, para o segundo semestre. Eu estou em linha com essa perspectiva também.
As consequências para os investimentos são notórias, a própria sinalização de reduções na Selic leva a redução das curvas de juros, e consequentemente, a perda de atratividade dos prêmios na renda fixa, e por outro lado, tendem a aumentar a expectativa por ativos de risco, como por exemplo os negociados em bolsa.
O que o arcabouço promete e quais as principais consequências para os investimentos?
O arcabouço promete ser um ferramental importantíssimo para o compromisso fiscal, sinalizando o comprometimento do Governo Federal com os gastos do governo e ancorando as expectativas dos agentes econômicos.
Dado o andamento do texto que trata as principais regras desse instrumento, existem dois cenários a meu ver; o primeiro é se o texto sairá melhor ou pior como foi enviado e o segundo é de onde sairá o custeio dos gastos que não foram incluídos na pauta.
Existem muitas dúvidas sobre a credibilidade.
Se o arcabouço aprovado mostrar crividade, pode indicar aos investidores maior segurança ao destinar os recursos no Brasil, como também reduzir o risco país, o que é muito positivo para o fluxo estrangeiro.
Nas aplicações, pode dar maior previsibilidade com relação a economia, puxando um movimento maior para empresas, e consequentemente para os ativos de risco, como ações e fundos imobiliários.
A renda fixa por outro lado, pode ser impactada negativamente.
Cenário Econômico dos Estados Unidos
Em dia de Super-Quarta, quais as expectativas para a reunião do FED dia 03/05?
Diferentemente do Brasil, as expectativas sobre a taxa de juros americanas são de mais altas.
Para a próxima reunião, é esperado um aumento em 0,25 p.p..
A intensidade das altas pode mudar a depender dos resultados do PIB americano referente ao primeiro trimestre, e dados da inflação do produtor.
Considera que a inflação americana e os juros elevados já tiveram seus impactos na economia e está na hora de uma desaceleração? Ou ainda não é o momento? E por quê?
Eu acredito que as narrativas para a economia americana estão bastante duais.
Parece haver um jogo de forças recorrente entre uma atividade forte versus a possibilidade de recessão, o que é contraditório.
Eu acredito e é o que os dados mais recentes nos mostram, que a narrativa de recessão está ganhando mais espaço, basta olharmos para as curvas de juros, o dólar e a própria performance das commodities, sem contar na quantidade de dinheiro no sistema (M2) que evidencia uma queda considerável.
Se há menos recurso no sistema a tese de recessão também é enfatizada.
Cite qual a sua projeção de taxa terminal para os juros americanos.
O FED segue duro na decisão de manter alta a taxa de juros americanas.
Ainda que seja difícil projetar a taxa terminal justamente pelo “fantasma” da recessão, que pode mudar o patamar dos juros, eu acredito que a taxa fique em torno de 5%.
Investimentos
Quais setores devem ser mais prejudicados com a manutenção da taxa de juros e quais devem se beneficiar?
Setores que tem sua atividade mais correlacionada com os juros, como por exemplo Varejo e Imobiliário, bem como setores que possuem empresas na fase inicial de maturação dos seus negócios, onde dependem de empréstimos financiar sua atividade, empresas classificadas como Small Caps.
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