Sem vacinação em massa, confiança dos comerciantes cai novamente

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A confiança dos comerciantes caiu outra vez. Apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apresentou redução mensal de 1,5% em março e manteve a tendência observada desde o começo do ano.

A variação foi a mesma de fevereiro e reflete as dificuldades motivadas pela demora na imunização da população, no pagamento dos benefícios sociais e por conta de a economia ainda não entrar numa fase de decolagem (take off).

“A implementação de medidas restritivas e indefinições sobre o novo auxílio emergencial respondem por essa desconfiança do setor. A dependência do varejo presencial ainda é grande, apesar dos avanços na digitalização. Esperamos que haja uma agilidade em relação à vacinação, que é o mais urgente no momento. Mas precisamos também de salvaguardas econômicas e sociais”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Um dos piores começos de ano

Em março, o Icec caiu para 103,6 pontos, mantendo-se na zona superior a 100 pontos, o que reflete relativa satisfação.

Os dados, porém, apontam o terceiro sinal negativo no ano e o quarto consecutivo, considerando que em dezembro também houve queda. Na comparação com março de 2020, o indicador da confiança do setor recuou 19,3%.

Em relação a outros trimestres, a performance deste começo de ano foi de forte contração (-5,1%). Nos últimos 10 anos, só perdeu para 2014 (-7,6%) e 2015 (-14,2%).

Todos os três componentes do índice apresentaram queda no mês de março, com destaque para o que avalia as condições atuais (-4,1%), derrubando a média geral do Icec. Nesse contexto, apenas poucos entrevistados pela CNC apontaram que as condições melhoraram (2,7%) no período.

Sem expectativas no curto prazo

Antonio Everton, economista da CNC responsável pelo estudo, cita outros motivos que podem ajudar a explicar o resultado. “Além das dificuldades provocadas pela pandemia com relação ao mercado, há outros fatores que impactam o negócio do comerciante, como a pressão de custos sobre os preços finais, dólar alto e reajustes nos contratos de aluguel.

Com as medidas restritivas e a baixa imunização, parece que estamos ainda em 2020. No curto prazo, o índice tende a se comportar dependente de fatores como esses, oscilando em reação com o humor do consumidor”, explica.

Acesse a análise, os gráficos e a série histórica da pesquisa

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