Alta nas importações de aço processado pressiona indústria brasileira

Avanço nas compras externas de derivados de aço destaca produtos oriundos da China e impactos sobre a indústria brasileira

Alta nas importações de aço processado pressiona indústria brasileira industria brasileira 1 1

Foto: Rerodução/ Freepik

As importações brasileiras de produtos de aço processado seguem em trajetória de crescimento e geram preocupação entre representantes da indústria nacional.

Dados da Abimetal-Sicetel (Associação Brasileira da Indústria Processadora de Aço e Sindicato Nacional da Indústria Processadora de Aço) indicam que, entre janeiro e junho de 2025, o volume de compras externas aumentou 25,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em valor financeiro, a alta foi de 14,1%.

O aumento tem sido impulsionado principalmente pela entrada de produtos originários da China, como cabos, tiras, fitas e barras de aço.

Esses itens, frequentemente comercializados a preços abaixo dos praticados no mercado internacional, têm sido apontados por entidades do setor como exemplo de concorrência desleal.

Competitividade nacional em risco

Para a Abimetal-Sicetel, o avanço nas importações compromete a competitividade da indústria brasileira de aço processado. “O crescimento acelerado das importações, especialmente de produtos chineses com preços artificialmente baixos, acende um sinal de alerta. Essa dinâmica impõe riscos significativos à produção nacional”, avalia Ricardo Martins, presidente da entidade.

Além das pressões econômicas, o setor também alerta para os impactos sociais, como a ameaça ao nível de emprego. “O volume crescente de importações impacta diretamente os postos de trabalho.

É fundamental que o Brasil fortaleça seus mecanismos de defesa comercial e promova políticas que valorizem a cadeia produtiva local”, complementa Martins.

Medidas de proteção já foram adotadas

O relatório da Abimetal-Sicetel traz ainda dados específicos por tipo de produto, incluindo variações de preços e volumes importados.

Segundo o documento, alguns dos itens monitorados pela entidade e pelo Instituto Aço Brasil já tiveram suas alíquotas de importação elevadas para 25%, como forma de conter os efeitos da concorrência externa.

A publicação também apresenta os preços internacionais de insumos estratégicos para a indústria nacional, servindo como ferramenta de análise para empresários e profissionais do setor que buscam acompanhar o comportamento das importações e seus impactos sobre a cadeia produtiva no país.

Sair da versão mobile