Selic deve ser mantida, diz superintendente de assessoria econômica da ABBC

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O Banco Central deve manter a taxa Selic na próxima quarta-feira (19). De acordo com o superintendente de assessoria econômica da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), Everton Pinheiro de Souza Gonçalves. Mas, há indicativos de uma possível baixa ainda 2019.

“A trajetória da inflação corrente e as expectativas ainda próximas das metas fundamentam a manutenção da meta Selic em 6,5% a.a. na próxima reunião do Copom. Com o intuito de mitigar a volatilidade em contexto de incerteza, a opção é adequada até que ocorra uma definição mais clara no balanço de riscos. Entretanto, o elevado grau e a abertura do hiato do produto, espelhados na desaceleração da retomada da atividade econômica, podem ser indicativos de uma abertura para um estímulo monetário adicional mais à frente”, explica Gonçalves.

Com relação ao PIB, Gonçalves prevê que a alta seja de 0,6% no ano. “Até abril, o indicador de atividade do Banco Central (IBC-Br) acumula baixa de 1,3% ante expansão de 1,5% em igual período de 2018. Em 12 meses, o IBC-Br apresentou redução na trajetória de crescimento, variando de 1,08% a.a. em março para 0,72% em abril. Os números corroboram a percepção de que o ritmo de recuperação da atividade econômica perde força diante de uma indústria estagnada, mercado de trabalho sem sinais de retomada e arrefecimento dos níveis de confiança de empresários e consumidores”.

Sobre a inflação, a ABBC acredita que deva permanecer na meta. “A dissipação dos efeitos da crise dos caminhoneiros de 2018 contribuirá para a convergência da inflação corrente à meta, com provável impacto positivo nas expectativas. Adicionalmente, reduziu-se a pressão advinda dos preços de alimentos e o anúncio da bandeira verde na cobrança de energia elétrica residencial para junho deve conferir um alívio adicional no indicador. Assim, o IPCA deve fechar esse ano com um crescimento de 3,9%”, afirma Gonçalves.

Entretanto, há um risco de elevação nos prêmios praticados no mercado financeiro devido aos projetos de reforma que tramitam no governo. Adicionalmente: “Cresce o sentimento de que a aprovação da Reforma da Previdência não será suficiente para que ocorra a consolidação fiscal necessária para uma melhoria expressiva nas condições financeiras e na retomada dos investimentos privados, comprometendo o ritmo da retomada da atividade”, finaliza Gonçalves.

Sobre a ABBC

A ABBC – Associação Brasileira de Bancos foi constituída em 1983 para contribuir com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e gerar benefícios a seus associados e à sociedade em geral como colaboradora no desenvolvimento econômico sustentável do Brasil. A ABBC tem mais de 80 instituições associadas (entre bancos, cooperativas de crédito e financeiras) e está entre as maiores entidades representativas do SFN. Atualmente, conta com 91 instituições clientes dos serviços de processamento de compensação de cheques e outros documentos. Fazem parte do escopo da associação a prestação de serviços voltados para otimização de atividades, redução de custos operacionais e observância regulatória e a promoção de ações de cunho educacional, visando capacitar profissionais que tenham relacionamento com o setor.

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