Seis pecados na rotina do CEO

Consultoria revela como o excesso de tarefas operacionais compromete a produtividade de líderes empresariais

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Sobrecarregado por demandas operacionais, Evandro Maximiano Filho, CEO da startup BuyBye, especializada em soluções de varejo autônomo, percebeu sua capacidade de pensar estrategicamente comprometida. Insatisfeito com a rotina tomada por questões operacionais, Maximiano buscou a consultoria Auddas para reorganizar sua agenda e melhorar a eficiência da empresa.

Maximiano afirma que, após o trabalho da Auddas, a empresa registrou melhorias significativas, embora não revele métricas específicas. “Consegui reduzir minhas atividades operacionais e focar em estratégias de crescimento e inovação. A Auddas ajudou a desenvolver habilidades de governança, gestão e liderança, além de melhorar a comunicação interna”, diz.

O desafio de equilibrar operações e estratégia não é incomum entre CEOs, segundo Bruno Ruy, sócio da Auddas. Ele explica que muitos executivos acabam presos a demandas operacionais, comprometendo sua produtividade.

“Nosso trabalho é criar estruturas eficientes, permitindo ao CEO delegar responsabilidades e focar no crescimento da empresa”, afirma.

A PWC divulgou na pesquisa CEO Survey 2023 – que contou com a participação de mais de 4.400 executivos de mais de 100 países, incluindo uma participação recorde de CEOs do Brasil, que para que os CEOs reinventem seus negócios diante dos desafios operacionais de curto prazo, eles precisam do apoio de suas equipes.

Organizações comprometidas e empoderadas são mais ágeis, inovadoras e colaborativas. Contudo, a pesquisa também sinaliza áreas de oportunidade e alerta sobre os riscos que os CEOs enfrentam em sua jornada.

Descentralização e proatividade são cruciais para a inovação

Julian Tonioli, CEO da Auddas, é direto: “Quando todas as decisões passam pelo CEO, a empresa enfrenta problemas. A centralização inibe a inovação e a proatividade da equipe”. Ele alerta que o microgerenciamento desacelera decisões e sobrecarrega a liderança, impactando diretamente a eficiência da empresa.

Excesso de foco em questões internas

É outro fator crítico que prejudica a visão de mercado e pode levar à estagnação. “CEOs que gastam a maior parte do tempo com problemas internos perdem a oportunidade de identificar tendências e criar novas oportunidades de negócio”, destaca Tonioli.

Adiar férias e dependência do CEO

Tonioli também classifica como “pecado” adiar férias ou evitar afastamentos prolongados. “Se a empresa depende excessivamente do CEO para funcionar, há algo errado na estrutura. A liderança intermediária precisa estar preparada para garantir a autonomia operacional”, afirma.

KPIs e a falta de planejamento estratégico

Outro sinal de alerta é a falta de um orçamento estruturado e KPIs claros. “Isso indica uma gestão sem visão estratégica”, diz Tonioli. CEOs eficientes usam KPIs para medir desempenho, identificar problemas e ajustar estratégias rapidamente.

Delegação de responsabilidades e o número ideal de subordinados

Ter mais de sete reportes diretos é outro obstáculo para o CEO. “Quando o executivo é sobrecarregado com muitos subordinados, especialmente de áreas operacionais, a tomada de decisões fica comprometida”, explica Tonioli.

Agir de forma reativa

Por fim, o sexto pecado é agir de forma reativa, em vez de antecipar problemas. CEOs que gastam 90% do tempo resolvendo crises perdem o foco estratégico, alerta Tonioli. “A liderança precisa de tempo para identificar riscos e oportunidades, e não apenas apagar incêndios.”

Bruno Ruy

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