Reunião do Copom: manutenção da taxa de juros é aposta do mercado

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Desde ontem, 06/12, o Comitê de Política Monetária (Copom) está reunido para discutir o rumo da Selic, atualmente em 13,75%.

Nesta quarta-feira, o mercado aguarda a divulgação da ata do Copom a partir das 18h30, e a possível confirmação da expectativa de manutenção da taxa básica de juros.

Rafael Pastorello, analista de investimentos CNPI-T e membro do PAAP da Eu me banco Educação, avalia que o comitê deve optar pela manutenção da Selic e que enviará um alerta, por meio da ata, a respeito da responsabilidade fiscal.

“Creio na manutenção da taxa de juros a 13,75%, mas na ata eu acredito que o Copom irá mandar um recado para o novo governo eleito a respeito da responsabilidade fiscal – para que não se exceda mais além do que já está sendo excedido através da PEC da Transição. Dependendo das medidas adotadas, isso poderá causar um cenário adverso na economia e possíveis altas na taxa de juro”, pontua Pastorello.

Segundo analista, considerando a atual situação da inflação que voltou a registrar aumento no último mês, não teremos um cenário de deflação como visto nos meses anteriores.

“Caso passe o texto da PEC da Transição, passaremos por um momento de provável furo do teto de gastos, isso tende a causar uma inflação. Neste momento, não vejo o Banco Central reduzindo a taxa de juros nas próximas reuniões, tampouco vejo possibilidade de deflação no curto prazo, pelo contrário, a inflação vem sendo revisada para cima até pelo Boletim Focus, semana após semana, em decorrência das mudanças pelas quais estamos passando no Brasil”, diz Rafael Pastorello.

Queda de juros

Sobre o início do ciclo de queda de juros no Brasil, o analista atenta para as divergências do mercado quanto ao tema.

“Nós temos dois relatórios divergentes. Um deles é o Boletim Focus, que prevê um fechamento da taxa de juros no ano que vem a 11,5%. Outro é o mercado futuro, que prevê a manutenção acima dos 13%. O mercado acha uma coisa, o Focus está prevendo outra. Eu acho que pode ser que ocorra no Brasil uma eventual queda da taxa de juros a partir do segundo semestre de 2023, mas isso dependerá do andamento principalmente das políticas que serão adotadas pelo novo governo”.

Pastorello conclui afirmando que o furo do teto de gastos tende a pressionar a inflação nos próximos 12 meses.

“Não vejo um cenário de baixa de juros no primeiro semestre de 2023. No segundo semestre é possível, mas hoje, do modo como o cenário está se desenhando, acho improvável uma queda. Eventualmente pode haver uma correção para baixo, algo nesse sentido, mas uma queda para abaixo de dois dígitos, por exemplo, vejo como inviável”.

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