Redução do PIB e insegurança com a Previdência no Brasil devem estimular investimentos nos EUA

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A diminuição da projeção do valor do PIB Brasileiro para 2019 pela sétima vez seguida, anunciada esta semana, as incertezas que pairam sobre o projeto de reforma da Previdência no Brasil, o aumento do desemprego, e uma política fiscal pouco atrativa do país podem ser razões que estão estimulando a procura de um número maior de brasileiros a por investimentos em outros países. É o que acredita o Economista e Consultor Carlo Barbieri da Consultoria Oxford Group – que atua ha mais de 30 anos no suporte de internacionalização de empresas nos EUA.

Apostando na relação mais próxima do Brasil com os EUA a consultoria detectou aumento na procura de brasileiros interessados em proteger seus patrimônios investindo em dólar.

De 2,53%, previstos em janeiro, o valor do PIB brasileiro estimado por analistas passou a ser 1,95% – condicionado ainda a aprovação da reforma da previdência. A turbulência entre governo e Congresso e o mercado, percebendo aumento no risco para a reforma da Previdência, fez com que o dólar batesse a máxima em quase seis meses.

Enquanto isso, nos EUA, a segurança econômica, as vantagens fiscais e o aumento do consumo tem atraído investidores brasileiros. Para Barbieri, muitos brasileiros não estão dispostos a aguardar para ver o resultado da reforma da previdência no Brasil e já começaram a buscar alternativas pensando no futuro.

“Em busca de segurança econômica, empresários brasileiros estão interessados em posicionar parte de seus investimentos nos EUA. Em muitos casos, a escolha não é definitiva, mas se bem assessorada e planejada a internacionalização do negócio pode render uma aposentadoria em dólar. Somente este ano já detectamos um aumento de 10% na procura”, explica Carlo Barbieri, que dirige o Grupo Oxford – uma consultoria que auxilia brasileiros a levarem empresas e produtos aos EUA há mais de 30 anos.
O consultor explica que há mais de 2 anos o número de brasileiros interessados em investir nos EUA tem aumentado. Porém, as incertezas com relação ao crescimento do Brasil e com a previdência, tem, de modo geral, sido fatores mais relatados por brasileiros que procuram o escritório do Oxford Group.

“A estabilidade econômica dos EUA é atraente para os brasileiros. As novas políticas fiscais de Trump resultaram na redução do imposto de renda para empresas em território americano, que passou de 35% para 21%”, afirma o economista. Já no Brasil, a tarifação do IR para empresas se mantém em 34% – a mais alta entre os países do G-20 e do Brics. A média global é de 22,96%, segundo a consultoria EY.

INTERNACIONALIZAÇÃO INTELIGENTE

Apesar de os indicativos atuais corroborarem para o aumento na procura na internacionalização, não é de hoje que os EUA são país desejo para quem deseja criar raízes em negócios no exterior. Segundo apontamento da Apex Brasil divulgado em 2017, Estados Unidos são a prioridade das empresas brasileiras que pretendem se internacionalizar: O país é citado por 68,8% das empresas, seguido por Colômbia (23,4%), México (21,3%), Argentina (17,7%) e Emirados Árabes Unidos (15,6%).

As razões que motivam a internacionalização das empresas são o aumento nas vendas (72,7%), a diversificação de riscos (65,3%) e a proteção em relação à volatilidade do mercado doméstico (61,3%). Seja para iniciar um negócio do zero ou para exportar uma empresa que já funciona no Brasil, a internacionalização requer apoio profissional de uma consultoria.

Por meio desta assessoria, especialistas irão, entre outras estratégias, estudar o mercado potencial para cada tipo de negócio pretendido, além de indicar a melhor região do país para implementar aquela ideia. Por ser uma análise que pode ter alto custo e levar um tempo para ser elaborada, muitos deixam de lado e partem sem esta base mercadológica.

“A questão primordial é que nem todos os empresários fazem uma internacionalização inteligente. Sem o suporte adequado, são elevadíssimas as chances de comprometimento da eficácia do empreendimento. Não é porque sempre deu certo no seu país natal, que dará certo também nos EUA. São culturas, mercados, economias, totalmente diferentes”, orienta Barbieri.

Foi o que aconteceu com renomadas marcas brasileiras que, em tentativas frustradas, não conseguiram firmar sucesso nos Estados Unidos. Grandes marcas brasileiras compõem a lista de empresas que naufragaram ao tentar se consolidar nos EUA. Nomes como Paris 6, Coco Bambu e Madero, integram este time que é forte no Brasil mas não obteve sucesso no país norte-americano.

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