Queda na Selic não afetará investimentos pós-fixados em 2024, diz BB Previdência

Mesmo com cortes previstos, investimentos pós-fixados devem oferecer retornos reais positivos em 2024

A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira que serve como parâmetro para outras taxas praticadas no mercado – foi reduzida pelo Banco Central para a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, passando de 12,25% para o patamar de 11,75% ao ano.

Sendo utilizada como referência para todas as operações que envolvem dinheiro, como financiamentos, empréstimos e até no retorno de aplicações financeiras, os movimentos do Indicador, impactam diretamente nas taxas de juros praticadas, por exemplo, na concessão de um empréstimo.

Contudo, mesmo com a queda, para especialistas, o novo corte na meta da Selic e as previsões para 2024 são positivas para os ativos. Isso porque a redução influência positiva para o ambiente de investimentos domésticos, favorece o crédito e a atividade econômica, o que leva a valorização de ativos de renda fixa e variável.

“Os níveis de Selic e CDI esperados para 2024 são superiores ao IPCA em um patamar ainda expressivo acima das metas de juros reais dos planos previdenciários. Esse contexto sugere que, mesmo com a redução da taxa básica, os investimentos pós-fixados podem continuar oferecendo retornos reais positivos, proporcionando oportunidades para os planos diversificarem suas carteiras e buscarem ganhos em diversas classes de ativos”, avalia Edson Martinho Chini, diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência.

“Há indicativos consistentes de que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá manter o ritmo de cortes na meta da taxa Selic previsto para 2024”, analisa Martinho sobre as projeções do Relatório Focus, do Banco Central, de que a Selic alcance 9,25% ao final do próximo ano, considerando ainda a redução de 0,50 ponto percentual anunciada hoje pela entidade monetária, para 11,75% ao ano. 

“Contudo, a magnitude da Selic ao final de 2024 dependerá de diversos fatores econômicos, entre os quais o processo inflacionário no exterior, principalmente, nos Estados Unidos. Se for controlado com mais rapidez, poderá levar a um início mais rápido da redução das taxas de juros americanas, abrindo espaço para que a taxa brasileira reduza ainda mais”, observa o diretor da BB Previdência, uma das principais entidades de Previdência Fechada Complementar do país e que faz parte do conglomerado Banco do Brasil.

Se a inflação americana permanecer acima da meta, pode ocorrer o oposto, prossegue Chini. “Neste caso, o Banco Central do Brasil tenderá a diminuir a velocidade dos cortes na Selic ao longo de 2024. Isso também poderá acontecer se a dinâmica de alta de preços no Brasil, principalmente, medida pelos núcleos de inflação, se revele difícil de controlar e o Banco Central tenha que manter uma política monetária mais restritiva.”

Um fator citado pelo executivo que poderá levar a estímulo econômico e inflação de demanda é o gasto fiscal, “central neste debate”. “Mas espera-se que a evolução das variáveis econômicas siga o caminho em curso e os cortes de 0,50 ponto percentual continuem, pelo menos nas próximas reuniões.”

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