O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na quarta-feira (18) a quinta redução seguida na taxa Selic, que foi de 4,25% para 3,75% ao ano, a menor da história. A mudança gera impactos na economia, mas não devem ser tão sentidos.
“Geralmente, com a queda de juros estaríamos falando de incentivo ao consumo e maior acesso a linhas de crédito, mas o momento é de grande risco para as instituições bancários, com o risco de inadimplência, estão isso não deve ocorrer. Outro ponto seria a fuga de investimentos de renda fixa para variável, mas depois dos últimos acontecimentos das bolsas de valores do mundo, fica difícil essa recomendação”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.
Veja algumas análises que o presidente da ABEFIN preparou:
– Juros baixos para empréstimos?
Principalmente para as empresas essa situação poderia refletir em queda das taxas de juros para empréstimos. E nesse momento, com certeza muitas vão precisar de mais crédito para passar por essa crise, necessitando de capital de giro para os próximos meses. Lembrando que muitas famílias também precisarão de um reforço no caixa. Contudo, os bancos não deverão seguir essa linha de facilidade de crédito e juros baixos pelo risco apresentando atualmente. Grosso modo, os bancos vão dificultar o crédito, sendo mais seletivos e em virtude do receio da inadimplência, assim o crédito vai ficar mais caro.
– Revisão das dívidas
Uma alternativa para o consumidor que tem dívidas de médio e longo prazo, como financiamentos de carro ou casa, pode tentar são reparações nos contratos, que foram firmados sobre juros maiores. Contudo, como dito antes, será difícil a negociação com os bancos.
– Mais dúvidas sobre onde investir
Fato complicado é que fica ainda mais difícil saber onde investir no país, lembrando que grande parte dos investimentos em renda fixa têm seu rendimento atrelados à Selic, logo todos passarão a render menos. Por outro lado a instabilidade nas bolsas de valores também assustam e o mesmo ocorre em outras linhas de investimento.
A alternativa é intensificar o ato de poupar e estudar bem onde direcionará o dinheiro. Lembrando que, por mais que o rendimento seja baixo, o dinheiro não deve ficar parada na conta corrente.
Por mais que os números apontem investimentos a necessidade de cuidados, vários outros fatores devem ser avaliados, como impostos e taxas, e o principal critério deve ser o prazo para a realização do sonho: curto, médio ou longo.
Reinaldo Domingos está à frente do canal Dinheiro à Vista. É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – http://www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (http://www.dsop.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.