A indústria teve inflação de 1,27% em abril, na comparação com março, influenciada pelas altas nos preços de derivados do petróleo, alimentos e produtos do setor extrativo e metalúrgico. É a terceira alta seguida nos preços, que aceleraram 1,59% em março e acumulam crescimento de 2,57% no ano.
Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje pelo IBGE. A pesquisa mede a variação dos preços dos produtos na “porta das fábricas”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.
Assim como em março, houve altas em derivados do petróleo e na indústria extrativa, de 3,18% e 3,02%, respectivamente. No entanto, o analista da pesquisa, Manuel Campos, destaca os alimentos, que tiveram o maior crescimento no ano, de 1,40%, e têm o maior peso no cálculo do índice.
“A China está com [casos de] gripe suína, então houve um aumento da demanda externa, que fez os preços das carnes subirem. O açúcar também subiu, acompanhando os preços internacionais”, explica Campos. Outro motivo para a alta é a depreciação de 1,3% do Real, que impactou positivamente a pauta de exportação brasileira.
O setor metalúrgico, com alta de 2,29%, também sofreu influência da China, que escoou sua produção de aço para o Brasil, por causa das restrições impostas pelos EUA e pela Europa. “Nos últimos sete meses, foram apenas duas variações positivas de preços no setor, com alta acumulada de 0,56% no ano”, analisa Campos.
Entre as grandes categorias econômicas, abril registrou altas de 0,79% em bens de capital, de 1,06% em bens intermediários e de 1,67% em bens de consumo, sendo de 1,02% em bens de consumo duráveis e de 1,81% em bens de consumo semi e não duráveis.
“Alimentos e refino de petróleo também ajudam a explicar o comportamento de bens de consumo semi e não duráveis. Juntos, esses produtos têm 56% de peso nessa categoria econômica”, explica Campos.