PIB da China no 1T20 bate recorde negativo, mas mercado também dá sinais de resiliência

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Por Ernani Reis, analista da Capital Research

Na última quarta-feira, um punhado de indicadores da economia americana foram divulgados e se estenderam até a quinta-feira quando, o número semanal dos pedidos de seguro-desemprego foram divulgados.

Na ocasião, comentamos que os números não tinham sido nada bons, mas que o mercado tinha reagido bem, dando sinais de amadurecimento, com a volatilidade muito menor do que nos primeiros dias de pandemia e pânico.

Pois bem, nesta sexta-feira, coube ao governo chinês divulgar outro indicador muito aguardado pelos investidores esta semana: o PIB da China no 1º trimestre de 2020. Os números, como era previsto, também não vieram bons. O encolhimento registrado de 6,8% no comparativo anual, ante a expectativa de crescimento de 6% no começo deste ano, representa uma nova marca histórica, com tal retração tendo ocorrido pela última vez em 1976.

Apesar disso, da mesma forma que no caso dos EUA, as bolsas do mercado asiático encerraram o pregão desta sexta-feira no campo positivo. E o comportamento apresentado pelo mercado financeiro é certamente a melhor mensagem frente aos números apresentados.

A mensagem passada foi de que não podemos negar o risco que esta recessão representa para a economia global, mas os números ficaram muito próximos das expectativas, o que pode indicar certa consolidação da crise na China.

Além de ocupar a posição de segunda maior economia do mundo, a China foi o primeiro país a fechar as atividades e adotar o modelo de isolamento social para conter a pandemia de Covid-19.

Os números apresentados hoje representam o que pode ter sido o pior período chinês do semestre, abrindo espaço para o início da estabilização econômica do país. No comparativo trimestral, a queda foi de -9,8% ante os -9,9% projetados, ficando bem distante do crescimento de 1,5% esperados para o período.

É importante observar que não se trata do fim da crise ou dos números negativos, mas saber que os dados estão sendo bem mensurados permite a elaboração de um plano de recuperação mais eficiente e ágil, o que é bom para todas as economias devido a posição da China como grande consumidor e fornecedor internacional.

Uma rápida recuperação do gigante asiático teria um impacto positivo no cenário brasileiro, que ainda não enfrentou o seu pior momento frente à crise de Covid-19. Isso não significa, no entanto, que irá iniciar imediatamente, pois os estoques estão cheios e o controle de saúde deve ser mantido por prazo indeterminado – tornando todo o processo mais lento – mas não deixa de dar um alento para nós aqui do Brasil também.

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