“Pecuária brasileira é um oceano azul para IATF”

IATF

A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) está em franco crescimento no Brasil, apenas nos últimos quatro anos apresentou taxas acima de 16% ao ano, batendo 25% em 2021, segundo relatório do professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Pietro Baruselli.

Em 2021, o mesmo levantamento aponta que 93% das inseminações em bovinos foram realizadas em tempo fixo, superando a marca de 26 milhões de sincronizações.

“O pecuarista descobriu que a IATF é viável, dá retorno, e possui fácil acesso. E a julgar que apenas 23% das 82 milhões de matrizes bovinas aptas à reprodução são inseminadas, temos um verdadeiro oceano azul para explorar”, avalia o médico-veterinário e gerente de Marketing da GlobalGen, Gabriel Sandoval, informando que a própria empresa superou a marca de 6.000.000 de fêmeas sincronizadas desde o seu lançamento, em 2016.

Segundo o gerente de Marketing da GlobalGen, é comum o mercado mapear o número de protocolos de IATF e o volume de sêmen comercializado, hoje em torno de 28 milhões de doses.

“Contabilizamos o número de fêmeas submetidas aos nossos protocolos e podemos cravar que, do surgimento da empresa, em agosto de 2016, até julho de 2022, respondemos por 6 milhões de animais sincronizados”, atesta.

No ano que vem os planos da empresa é chegar a oito milhões de matrizes sincronizadas e ultrapassar 10 milhões, em 2024.

IATF nos últimos dez anos

Com base nos indicadores fornecidos pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), entre 2012 e 2017, o uso da técnica mantinha-se estagnado em 10%, mas de 2018 a 2021 cresceu 130%.

O gerente de Marketing da GlobalGen explica que um conjunto de fatores colaborou para este cenário.

“Primeiramente, vimos o próprio avanço das pesquisas, dos programas reprodutivos, o manejo nutricional e sanitário e a atuação de empresas especializadas neste segmento. A taxa média de prenhez na IATF é de 53%, mas existem propriedades chegando a 90% ao final da estação com uso de duas inseminações e repasse com touro ou três inseminações. Há criadores que deixaram de utilizar touros”, aponta Sandoval.

Contribui o fato da IATF permitir acesso à genética de ponta dos programas de melhoramento genético, culminando na produção de bezerros superiores e diferenciados, além da possibilidade de utilização de diferentes raças no cruzamento industrial, impulsionando o surgimento de programas de qualidade de carne.

“Na década de 1990, o cruzamento industrial era realizado sem muito planejamento e de forma indiscriminada, além do mais, pouco se conhecia sobre a adaptabilidade das raças taurinas às condições tropicais. Hoje, a história é diferente e a IATF contribui diretamente para o aumento da produtividade nos rebanhos de leite e corte. Também vemos a entrada de muitos agricultores interessados em estabelecer programas de IATF, e adotando tecnologias como a integração lavoura pecuária para aumento da produtividade do sistema”, explica Sandoval.

Junto destas transformações, entendeu-se o papel da nutrição, sanidade e do manejo na obtenção de resultados satisfatórios.

Um bom exemplo foi a intensificação dos sistemas produtivos, e a adoção de protocolos de indução de ciclicidade, que permitiram reduzir a idade a primeira cobertura de novilhas de 20 para 12-14 meses, aumentando a eficiência reprodutiva e possibilitando maior número de bezerros produzidos por fêmea durante sua vida útil, que, por sua vez, passaram a ingressar em uma pecuária de ciclo curto.

Crescimento de 30%

A GlobalGen vet science é uma joint venture fruto da parceria entre a holding americana ReproGen e a empresa brasileira UCBVET Saúde Animal.

Traz em sua bagagem a expertise dos doutores Milo Wiltbank e J. Richard Pursley, pioneiros da IATF nos Estados Unidos, com a criação do protocolo OvSynch®, utilizado em escala global.

Com forte investimento na gestão da IATF, a empresa desenvolveu o programa ReproCheck, software com mais de 100 diferentes análises para gestão e benchmarking em diferentes fazendas de gado de corte e o G-Synch, programa reprodutivo de alta fertilidade em gado leiteiro.

Também possui parcerias com SBTE, ASBIA e ESALQ/USP, sob a coordenação do professor Dr. Roberto Sartori, um dos três maiores nomes da IATF no Brasil.

Sessenta por cento da equipe de campo é formada por médicos-veterinários, especialistas em reprodução e genética, que atendem fazendas por todo o País.

“Apresentamos um crescimento abrupto nos últimos cinco anos e estamos trabalhando para manter esse ritmo, afinal, conhecimento gera resultado”, conclui Sandoval.

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