Segundo relato da chefe de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, em seu livro Faça Acontecer, na maioria das culturas empresariais, quando o homem é firme e exige de sua equipe uma performance X, ele é visto como obstinado, alguém que de fato quer que a empresa cresça.
Se a líder mulher age exatamente do mesmo jeito, os adjetivos são negativos como petulante ou mandona. Mas, com toda a instabilidade causada pela crise do Coronavírus, quem mais se destacou foram as mulheres. A capacidade de resolução de problemas e a resiliência, sempre foram ligadas a atributos femininos, assumiram o controle na missão de combater os efeitos colaterais provocados pelo novo vírus.
De acordo com o escritor e palestrante Andrea Iorio, as lideranças que mais se sobressaíram na crise foram femininas. “Podemos refletir sobre líderes políticos como a primeira-ministra da Nova Zelândia, que teve provavelmente a melhor resposta ao vírus, entre todos os países do mundo, com baixíssimo índice de contágio. A Alemanha que respondeu muito bem com Angela Merkel que é sempre muito firme e resoluta em encarar o problema como ele realmente era, desde o começo. Até líderes empresariais como a Luiza Helena Trajano que de fato liderou o Magazine Luiza nesta fase, com suas ações, valorizando a marca mais do que o dobro. Em um contexto de grande incerteza e de grande instabilidade, as mulheres demonstraram ser muito mais assertivas, resolutas e bem sucedidas do que os homens nesses momentos difíceis”, analisa o especialista em Liderança e Transformação Digital.
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O ponto em comum entre todos esses exemplos de liderança é único: a união entre coragem, firmeza e empatia, termo que vem sendo chave principal no mundo desde o surgimento da pandemia. “O conjunto desses fatores indica uma capacidade de reagir em momentos difíceis, onde você precisa resgatar a intuição, onde você precisa ter afeição pelo próximo”, diz Iorio. Desde a primeira infância as mulheres exercem um papel mais protetivo, baseado em firmeza e análise de cenários. O especialista ainda cita outros exemplos muito fortes nesse estilo de liderança como a pesquisadora Brené Brown e a ex-primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama. “Embora muita gente ache que ser primeira-dama presidencial não é um cargo, a realidade é que, na maioria dos países ocidentais, é essa a figura responsável por instaurar ou fortalecer as políticas sociais do governo vigente. Nesse sentido, Michelle foi essencial para o combate ao racismo estrutural nos EUA, especialmente no meio corporativo. Já Brené é um dos melhores exemplos de liderança feminina e empatia que existem hoje, talvez porque ela seja um dos principais expoentes dos papos sobre essa característica em altos cargos”, explica.
A Covid-19, suas consequências econômicas e mudanças tecnológicas para a força de trabalho são enormes desafios que o mundo deve enfrentar.
Não se pode continuar dependendo de um estilo de liderança para nos ajudar a enfrentar crises sem precedentes ou desafios diários. No nosso novo normal, devemos reconhecer que a gestão feminina está na luz do futuro.