Ovo de galinha fica até 20% mais caro, e está em falta nas prateleiras dos supermercados

ovo de galinha (Foto: Unsplash)

Não é apenas o ovo de Páscoa, que vai pesar mais no bolso dos brasileiros, durante as comemorações desse ano.

O ovo de galinha também está mais salgado. Isso por que, um novo levantamento sobre cesta básica, feito pela empresa de inteligência Horus em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV), mostrou que o ovo é o único item que aumentou de preço em todas as capitais pesquisadas.

Na média, a dúzia de ovos brancos passou de R$ 10,49 em janeiro, para R$ 11,43 em fevereiro.

E ainda tem mais: dados da Neogrid – empresa de software para gestão de suprimentos – mostrou que está faltando ovo nas prateleiras dos supermercados.

Isso porque, de acordo com o índice de ruptura (medido pela quantidade de vezes em que um item faltou no estoque dos supermercadistas), o ovo faltou 16% em fevereiro. Segundo o economista e especialista em gestão supermercados, Leandro Rosadas um dos motivos para o aumento do ovo de galinha é o custo de alimentação das aves.

A alta do consumo de ovo de galinha

A educadora financeira, Aline Soaper lembra que os brasileiros reduziram o consumo de carnes, e em contrapartida aumentaram o consumo de ovos, principalmente pelo baixo preço, em 2022.

“A alta no preço do ovo tem haver com o aumento no custo de produção e de alimentação das aves, principalmente do milho e o farelo de soja. Em 12 meses, o aumento chegou a quase 20%”, pontua Leandro Rosadas.

“Na conta desse aumento também dá para incluir as commodities que ficaram mais caras, com a pandemia e a Guerra da Ucrânia. Esse efeito tende a ser sazonal, por que tem a quaresma, época que as pessoas consomem menos carne, e substituem por outras proteínas, incluindo os ovos. O fato de o item estar em falta nos supermercados, também tem haver com inflação, que pode ter incentivado a queda na produção, pelo setor agropecuário”, pontua.

As maiores altas registradas no preço dos ovos foram em Fortaleza (CE), onde o preço subiu 4,7%.

Em seguida, aparecem São Paulo (SP), com 4,1%, Belo Horizonte (MG), com 3,0%, e Brasília (DF), com 2,9%. Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Salvador (BA) e Manaus (AM) fecham a lista com menos de 2% de aumento. Sobre o maior consumo de ovos no período da Quaresma, o dado também é conformado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo.

A educadora financeira, Aline Soaper relembra que uma pesquisa realizada pelo The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), em 2022, mostrou que 67% dos brasileiros reduziram o consumo de carne bovina, motivados principalmente pelo preço (45%).

E com isso, passaram a consumir outros tipos de proteínas mais baratas.

“E não foi só pelo preço, a pesquisa também mostrou que 36% das pessoas substituiu a carne bovina, por outras proteínas, por questões de saúde”, diz Aline Soaper.

“Com isso, as alternativas vegetais, análogas às carnes ou não, como o ovo, por exemplo, já está na rotina de 65% das famílias brasileiras. A mesma pesquisa apontou, para se ter uma ideia, que 72% dos brasileiros consumiam ovos, mais de três vezes por semana, especialmente para famílias de baixa renda”, lembra.

Diante disso, a educadora financeira, revela que com o aumento do ovo, vale pesquisar e ver quais proteínas tiveram uma baixa. Soaper explica que a moela de frango e o fígado, que estão com preços mais em conta, pode ser substitutos da carne bovina e do ovo.

A sardinha congelada ou fresca, também é outra opção que pode ser usada, e está com preço mais convidativo.

“Também dá pra reduzir a quantidade de ovos nas receitas de bolos e pães, com o uso de purê de maça e também de banana. Tem ainda o amido de milho, que substitui o ovo, tanto em receitas salgadas, como doces. Entre outras opções. A regra é pesquisar e criatividade para usar o que estiver mais barato”, finaliza Aline Soaper.

Sobre Leandro Rosadas

Leandro Rosadas é economista e especialista em gestão de supermercados, hortifrutis, atacarejos, padarias e açougues. Formado em economia pela UFRRJ, o carioca já atuou como professor universitário e consultor no mercado de varejo.

Hoje, Rosadas é considerado uma das maiores referências entre os especialistas do seu segmento, sendo responsável pela formação em gestão de mais de oito mil proprietários de supermercados Brasil afora.

O economista e especialista em gestão supermercados, Leandro Rosadas

Sobre Aline Soaper

Fundadora do Instituto Soaper de Treinamentos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal (Efinc), Aline Soaper é formada em Direito, com pós-graduação em Direção e Orientação Educacional.

Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas.

Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais.

No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc).

No final de 2018, criou o Efinc, que hoje forma educadores financeiros e consultores de negócios pelo Brasil e o mundo.

A educadora financeira, Aline Soaper
Sair da versão mobile