A crise causada pela pandemia de Covid-19 tem gerado um grau de incerteza na economia que, por sua vez, reflete sobre a economia real gerando uma aversão ao risco dos agentes econômicos.
Um exemplo clássico dessa aversão está diretamente ligada à incapacidade do setor empresarial segurar os empregos nesse cenário de incerteza.
Se por um lado o Covid-19 força o isolamento, como forma de mitigar seus efeitos em suas vítimas, por outro, esse isolamento desaquece a atividade econômica, refletindo no aumento dos desempregados pelo mundo.
De acordo com o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, o número de auxílio-desemprego nas últimas seis semanas chegou a 30,3 milhões, muito embora, na última semana, o número tenha registrado 3,38 milhões, o menor número nas quatro semanas anteriores.
No Brasil, esse fantasma bate à porta com dados alarmantes.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada no dia 29, mostra que a taxa de desemprego foi para 12,2% no 1º. trimestre, atingindo 12,9 milhões de pessoas.
Comparativamente ao último trimestre de 2019, o resultado apresentou uma alta de 1,3 ponto percentual, representando um aumento no número de pessoas na fila por um emprego em 1,2 milhão em 3 meses.
No mercado financeiro se exige prudência, tanto por parte dos investidores, como por parte da Autoridade Monetária.
Recentemente, o Banco Central do Brasil divulgou um Relatório dizendo que as medidas que estão sendo adotadas, não encontram paralelo na história brasileira.
As medidas voltadas para adicionar liquidez ao sistema têm potencial para atingir montante equivalente a 16,7% do PIB, já durante a grande crise financeira de 2008, as medidas que buscavam o mesmo objetivo alcançaram 3,5% do PIB.
É mais do que necessário, portanto, a participação efetiva do Estado, para atender às necessidades mais urgentes das famílias e empresas, com o intuito de mitigar mais danos à economia real.