OMC divulga a posição do Brasil no comércio internacional de mercadorias

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A Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou o relatório anual referente ao comércio internacional de mercadorias de 2021.

O resultado apresentado pelo Brasil apontou uma pequena melhora em sua posição, passando do 26º para o 25º maior país exportador de mercadorias.

Esta melhora de posição é motivo de comemoração, mas é pouco diante do potencial exportador do país.

Mesmo passando de US$ 209,180 milhões, em 2020, para US$ 280,815 milhões, em 2021, o que representa um crescimento de aproximadamente 34%, este resultado demonstra que há ainda um espaço muito grande a ser conquistado no comércio internacional de mercadorias.

Comparado a tudo que se exporta no mundo, estes números representam aproximadamente 1,26%, ou seja, continuamos no mesmo patamar há décadas.

Em relação às importações, os resultados não são tão diferentes, o que significa que também importamos pouco se compararmos às importações de mercadorias no mundo.

Embora as importações brasileiras tenham crescido aproximadamente 43%, passando de US$ 163,336 milhões, em 2020, para US$ 234,690 milhões, em 2021, este resultado representa aproximadamente apenas 1,04% do total de importações mundiais de mercadorias.

Se considerar a pandemia da covid-19, até que os resultados foram bons, uma vez que o país conseguiu manter os níveis dos anos anteriores.

Mas a questão é que o motivo que leva a estes resultados insignificantes já é conhecido há muito tempo, ou seja, o custo Brasil, que dificulta a competitividade das empresas no mercado externo.

Complexidade Tributária

Dentre os diversos fatores que impedem o crescimento econômico brasileiro, incluindo a sua participação no comércio internacional de mercadorias, estão a complexidade tributária, os encargos trabalhistas, a deficiência na infraestrutura logística, o acesso ao crédito e a insegurança jurídica.

Observa-se que o atual governo busca solucionar algumas destas questões.

Muitas ações foram adotadas no sentido de facilitar e desburocratizar os negócios internacionais, mas ainda não é o bastante.

Não basta somente um dos poderes fazer a sua lição de casa.

É preciso que os poderes executivo, legislativo e judiciário entendam que, se não trabalharem conjuntamente para a aprovação das reformas estruturais necessárias, os negócios internacionais brasileiros continuarão apresentando resultados medíocres, sem chance de apresentar um crescimento econômico condizente com o potencial do país.

Sobre a autora

Zilda Mendes é professora do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua nas áreas de comércio exterior e câmbio.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 71º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa Times High Education 2021, uma organização internacional de pesquisa educacional que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.

Possui três campos no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas.

Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

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