Neurocientista alerta para os perigos da Inteligência Artificial para o nosso cérebro

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A Inteligência Artificial é um dos temas mais debatidos do mundo, com o surgimento de novas tecnologias de IA e o investimento de algumas das maiores empresas do mundo no setor ela apresentou um crescimento exponencial nos últimos meses, o que gerou o temor por parte de alguns especialistas sobre as suas consequências.

Recentemente, empresários do mundo inteiro, incluindo Elon Musk, assinaram uma carta aberta pedindo uma pausa do desenvolvimento de Inteligência Artificial para uma melhor regulação da tecnologia, ao mesmo tempo em que empresas como Adobe, Google e Microsoft injetam bilhões na área.

Mas afinal, quais são os reais impactos da IA, não só na sociedade como um todo, mas no nosso cérebro?

Como a Inteligência Artificial pode prejudicar o nosso cérebro?

Segundo o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o desenvolvimento e popularização da Inteligência Artificial no mundo é uma grande ameaça para a saúde mental da população podendo ser um catalisador de transtornos.

“O desenvolvimento da Inteligência Artificial deve continuar pois traz inúmeros benefícios, como a melhoria de tratamentos de saúde, prevenção de fraudes, otimização de processos e melhoria da qualidade de vida, no entanto, ela deve ser mediada para evitar-se excessos e sua má utilização”.

“A tecnologia já impacta negativamente o nosso cérebro, defendo há anos que o uso desenfreado de redes sociais é um fator decisivo para gerar alterações no funcionamento do nosso cérebro, o que desencadeia uma série de transtornos, como ansiedade, depressão, narcisismo patológico, falta de foco, entre outros, agora com a IA esse processo será potencializado”, complementou.

Problema individual ou coletivo?

“O grande problema é que a grande exposição a uma realidade distorcida e a ferramentas de fácil acesso para distorcer a realidade à própria vontade gera uma desconexão com a realidade, que formata o cérebro para um funcionamento prejudicial e gera transtornos perigosos, um movimento como esse não é individual, ele ocorre globalmente e pode prejudicar a sociedade como um todo”, afirma Dr. Fabiano, que também trata do tema em seu podcast no Spotify.

“Precisamos ter uma noção dos efeitos que esse processo de uso da Inteligência Artificial pode causar e  usarmos a tecnologia com cuidado, essa é a chave, somos seres orgânicos, não virtuais, não mecânicos, quanto mais nos afastarmos dessa realidade, mas prejudicial será esse processo de ‘evolução'” .

“Diante dessa situação existem dois tipos de pessoas, uma que vê com certos limites egoístas a tecnologia, apenas ao ponto em que ela o beneficia e lhe proporciona a capacidade de alterar sua realidade, e as pessoas que vêm tudo de uma forma mais ampla e preventiva, visando à nossa própria sobrevivência, os grandes homens querem deixar a sua marca, o seu legado, mas para isso é necessário preservar a sociedade, pois de que adianta um grandioso legado sem ninguém para lembrá-lo?” Conclui.

Sobre Dr. Fabiano de Abreu Agrela

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O Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA – American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia.

Pesquisador e especialista em Nutrigenética e Genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE – Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.

Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society e Triple Nine Society.

Autor de mais de 200 artigos científicos e 15 livros.

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