Mercado financeiro prevê início da queda da taxa de juros ainda neste ano

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O Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, mesmo com pressão dos setores econômicos e do governo federal para a diminuição.

A taxa mantém o Brasil no topo do ranking global de juros reais, acima de México, Colômbia, Chile e Filipinas, segundo levantamento da MoneYou e da Infinity Asset Management.

Segundo pesquisa da Genial/Quaest, 88% do mercado financeiro prevê que o início da queda da taxa básica de juros, deve ocorrer ainda neste ano. Destes, 34% esperam um corte em agosto, 25% em setembro, 20% em novembro e 1% em dezembro.

Embora a inflação esteja em queda, o BC mantém a preocupação com a inflação corrente ainda elevada e a diminuição só vai ocorrer se houver um programa melhor para a estabilização das dívidas do país.

De acordo com o especialista Fernando Lamounier, diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios, “há um consenso entre os especialistas, desde as últimas reuniões do Copom, de que há sim uma possibilidade para a redução das taxas de juros. O BC tem sido mais conservador nesse ponto, obviamente há uma visão técnica que tem que ser respeitada, mas há também uma dificuldade de crescimento econômico do país”.

Juros e economia

A alta dos juros foi um dos principais fatores para a desaceleração da atividade econômica de 2022.

No último trimestre do ano passado, o PIB diminuiu 0,2% na comparação com o trimestre anterior.

Como esse nível foi mantido nos primeiros meses de 2023, a Selic continua restringindo a atividade econômica e as expectativas do Boletim Focus do BC, que indicam alta do PIB de apenas 1% em relação ao ano passado.

Além da desaceleração da atividade econômica, as taxas pesam no bolso do consumidor quando se trata de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.

Lamounier pontua que elas encarecem o crédito para empresas e pessoas físicas, dificultam novos investimentos e também o poder de compra.

“Para o sistema de consórcio, as taxas de juros altas acabam sendo favoráveis, uma vez que deixa o produto do consórcio mais competitivo em relação ao financiamento. Porém, vale dizer que para todas as empresas e pessoas um cenário de juros alto nunca é bom e está longe de ser o ideal, pois as próprias empresas precisam investir e ter essa capacidade de realizar seus investimentos, assumir seus próprios riscos, mas sem pagar um valor desproporcional para isso”, explica o executivo.

Neste ano, o setor de consórcios contabilizou cerca de 1 milhão de novas cotas, totalizando R$ 68,95 bilhões de negócios, crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

As contemplações tiveram alta de 21,1% – em relação ao intervalo entre os meses de janeiro e março de 2022 – e somaram R$ 19,22 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).

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