juros de cheque especial e cartão de crédito devem ser revistos

selic-queda

Imagem de João Geraldo Borges Júnior por Pixabay

Em meio à crise da pandemia do coronavírus (Covid-19), que também tem impacto direto nas finanças de milhões de brasileiros, uma das principais dúvidas é quais dívidas devem ser pagas.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (ABEFIN), Reinaldo Domingos, essa é a hora das grandes instituições financeiras oferecerem alternativas para a população.

Com isso, ela possibilitará que os consumidores peguem por esses valores depois que passar esse período extremo, sem juros, ou reduzindo os juros exorbitantes do cheque especial e do cartão de crédito.

Lembrando que muitas linhas de créditos como financiamento imobiliários e contas de águas e luz já podem postergadas.

Mas, existem dívidas como a de cartão de créditos e cheque especial que também devem ser deixadas para um outro momento, pois existe o risco da população passar fome.

“Mesmo o Governo tendo diminuído as taxas de juros Selic e criando políticas para diminuição de juros, muitas instituições financeiras ainda cobram taxas abusivas. A população está precisando de ajuda. Minha recomendação é que se tiverem que optar entre dinheiro para alimentação e itens essenciais ou o pagamento das contas de cartão de crédito e cheque especial, se não tiver mudanças, que se opte pela primeira opção”, argumenta Reinaldo Domingos.

Contudo, o presidente da ABEFIN deixa bem claro que não está pregando o calote, apenas que as contas sejam postergadas para futuras negociações e parcelamentos.

“O ideal seria que as instituições financeiras se atentassem a isso, seria interessante um debate com a FEBRABAN (Federação dos Bancos), sobre o tema, dando um posicionamento mais humanitário para essas linhas de crédito”, explica.

“Os bancos estão ajudando por um lado, postergando dívidas que possuem taxas baixas, como é o caso de financiamentos. Isso é fácil, mas por que não se faz isso com essas linhas que possuem taxas abusivas? Por isso que tem que levantar a bandeira de não pagar mais os juros exorbitantes do cartão de crédito e do cheque especial, precisamos levantar a bandeira dos juros baixos”, argumenta o presidente da ABEFIN.

“Atualmente um absurdo é que o juro Selic é de 3,75% ao ano e os juros dessas linhas de crédito são maiores que 300%. Sempre respeitei as instituições financeiras, mas ou elas dão as mãos à população, ou é preciso que a população se posicione contra essa situação, não é possível que uma família não tenha dinheiro para o supermercado e tenha que pagar o juros absurdos dessas linhas de crédito, não dá mais para brincar”, explica Reinaldo Domingos.

Ele explica que mesmo com o não pagamento, os bancos não deveriam e possivelmente não vão tomar medidas extremas nesse momento.

“Temos que lembrar que estamos em um período de calamidade pública, caso todos não paguem, as instituições financeiras terão que tomar uma atitude, e um dos caminhos é parcelar com menos juros e/ou com parcelas mais alongadas”, argumento Domingos.

“Não estou pregando o calote, mas pedindo respeito dessas instituições por esse momento onde muitos estão em casa sem receitas. É simples, a prioridade é alimentação remédio e educação e não pagar juros”, explica o diretor da ABEFIN.

Segundo projeções da ABEFIN os impactos da crise ainda serão sentidos por muito tempo nos bolsos dos brasileiros.

“Por mais que a crise de saúde dure pouco tempo, os impactos na economia vão ser avassaladores por muito tempo, de seis meses a um ano. Viveremos uma nova realidade, temos que esquecer conceitos antigo”, finaliza Reinaldo Domingos.

Sair da versão mobile