IPO: descubra o que é e como funciona

IPO

Saiba o que é e como investir em IPO

Um dos eventos do mercado financeiro acompanhados mais de perto pelos investidores são os IPOs. Eles marcam a estreia de uma empresa na Bolsa de Valores e costumam despertar curiosidade e interesse — além da ambição de obter ganhos. Mas você sabe o que é um IPO, e como lucrar com ele?

O que é IPO?

Em inglês, IPO significa “initial public offering”, portanto “oferta pública inicial” em português. Representa a primeira vez que uma empresa recebe novos sócios realizando uma oferta de ações ao mercado. Dessa forma, ela se torna uma companhia de capital aberto com papéis negociados no pregão da Bolsa de Valores.

Normalmente, as empresas que fazem um IPO estão em um estágio de maturidade avançado dos seus negócios. Essas operações no Brasil, historicamente, são bastante grandes, podendo atingir a casa das centenas de milhões de reais.

Por que as empresas fazem IPOs?

Para as empresas, o IPO é um processo complexo e muitas vezes caro. Ele envolve uma mudança de mentalidade da gestão, que passará a ter de fornecer informações próprias para o mercado e a conviver com novos acionistas. 

No entanto, muitas empresas optam por abrir o capital devido a alguns motivos, tais como:

Acesso a capital

Emitir ações é uma das maneiras que as empresas têm para levantar recursos. Para se tornarem acionistas de uma companhia e poderem participar dos seus resultados, os investidores precisam comprar os papéis, entregando dinheiro em troca deles. Esses valores em geral financiam investimentos necessários para que a empresa cresça e prospere.

Existem outras formas de as empresas obterem recursos, é claro. As mais clássicas são as receitas geradas pelo próprio negócio ou os empréstimos bancários. 

Levantar dinheiro emitindo ações, porém, envolve algumas vantagens. Diferentemente de um financiamento, ações não têm vencimento, nem preveem um retorno específico. Com isso, a empresa fica livre de precisar ter os valores disponíveis, com certa rentabilidade, numa data definida.

Além disso, o custo de emitir ações pode ser bem menor do que o dos financiamentos bancários ou outros tipos de operações de crédito.

Liquidez

Abrir o capital também pode representar uma maneira de as empresas darem liquidez a seus empreendedores ou sócios. Ou seja, é uma possibilidade para que eles vendam suas ações a outros investidores do mercado, transformando papéis em dinheiro no bolso.

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Quando abre o capital, uma empresa precisa adequar seus processos internos e elevar tremendamente o nível de transparência sobre suas operações e resultados. Isso tudo para que os investidores tenham acesso detalhado ao que acontece nela e, assim, possam decidir sobre manter seus recursos aplicados ou não.

Isso normalmente tem dois resultados. O primeiro, um ganho de credibilidade, já que o mercado entende que uma companhia aberta apresenta um grau de governança corporativa mais elevado. O segundo, mais projeção e reconhecimento público, decorrentes da maior visibilidade na mídia e do acompanhamento recorrente por investidores e analistas.

Quais são os requisitos para fazer um IPO?

Para fazer um IPO, uma empresa deve cumprir uma série de requisitos legais e regulatórios. Precisa, por exemplo, estar juridicamente constituída como uma “S/A”, ou sociedade anônima, em que seu capital é dividido em ações. Ou seja, não pode ser dividido em cotas, como no caso das companhias limitadas.

A empresa deve ainda apresentar uma série de exigências relacionadas à emissão de relatórios financeiros auditados externamente. Assim como a aspectos fiscais, a governança corporativa, a controles internos, a conformidade, a recursos humanos e também à sua própria estrutura societária.

Veja o passo a passo do IPO

Realizar um IPO não é algo que se possa fazer de uma hora para outra. Do início ao fim, o processo pode demorar mais de um ano. 

O primeiro passo é o planejamento e auditoria, que tende a ser uma das etapas mais longas do processo. Decerto, o IPO pode levar de oito meses a três anos até acontecer, segundo cálculos de consultorias que atuam nesse tipo de operações.

Na sequência, o segundo passo é roadshow que são as reuniões de apresentação da empresa e da oferta para o mercado. Esses encontros geralmente são com corretoras, analistas financeiros e investidores potenciais. Assim como também conta com a presença dos principais executivos da empresa, incluindo o presidente.

O terceiro passo envolve registro e listagem, que são os procedimentos burocráticos para realizar um IPO. Em seguida, chega a fase do prospecto, que é um documento bem importante de um IPO e geralmente tem centenas de páginas. Isso porque ele serve para apresentar informações fundamentais para esclarecer a companhia que está abrindo o capital.

O passo 5 é o período de reserva e bookbuilding que geralmente envolve os investidores não institucionais que podem ser pessoas físicas, por exemplo. É nessa fase que eles escolhem quantas ações gostariam de adquirir.

Por último, o sexto passo é o Dia D, ou seja, ele representa a data em que as ações efetivamente começarão a ser negociadas no pregão. É importante saber que, normalmente, esse dia é um indicativo de como o mercado recebeu a operação e a companhia que passou a ser listada.

Tipos de ofertas

A oferta de ações em um IPO pode ser classificada de formas diferentes, dependendo da origem dos papéis e do destino dado aos recursos levantados.

Ofertas primárias

Representam a venda de novas ações emitidas pelas companhias no mercado. O dinheiro obtido nesse tipo de operação vai para o caixa das empresas, que aumentam seu capital social. Os recursos normalmente são usados para a expansão dos negócios, por meio de novos investimentos.

Ofertas secundárias

Diferentemente das primárias, as ofertas secundárias são uma venda de ações que já existiam. As empresas, nesses casos, não realizam um aumento de capital. 

Os papéis normalmente pertencem a sócios que, por alguma razão, querem reduzir ou se desfazer de sua participação no negócio. Ao invés de ir para o caixa da companhia, como nas ofertas primárias, o dinheiro da operação vai para o bolso dos proprietários dos papéis vendidos.

Vale a pena investir em IPOs?

Para quem pensa no IPO como uma chance de se tornar sócio de uma empresa e crescer junto com ela, é preciso considerar alguns aspectos. Normalmente, não se possui um histórico longo de informações de uma empresa que está abrindo o capital, justamente porque ela é nova no mercado. 

O regulamento sobre ofertas públicas estabelece a necessidade de apresentar informações sobre os três últimos anos. Isso certamente pode dificultar saber como a empresa reage em períodos econômicos distintos.

Também deve-se levar em conta que, por conta disso, os atuais sócios da empresa sabem muito mais sobre ela do que o mercado em geral. É difícil saber como a empresa que está estreando na bolsa está em relação a seus concorrentes. Especialmente se for parte de um setor com poucas companhias já listadas no pregão.

Por isso tudo, os interessados em investir em um IPO precisam acompanhar de perto as análises elaboradas por especialistas. Como eles conhecem profundamente o mercado, conseguem entender melhor a situação das companhias e emitir opiniões embasadas sobre elas.

Há, no entanto, investidores interessados em participar de IPOs com o objetivo de rapidamente se desfazerem das ações. Ou seja, no mesmo dia em que elas começam a ser negociadas no pregão. Eles são o que se costuma chamar de “flippers”.

Os flippers existem porque é bastante comum que as ações de uma empresa que faz IPO subam no primeiro dia de negociação. Isso acontece porque, em geral, a companhia só avança com o processo de abertura de capital quando sente que o mercado está aquecido. Certamente, quanto mais interessados houver em comprar as ações, maior é a tendência de que as cotações subam logo no início da negociação. Decerto, no Brasil, há casos de papéis cujos preços avançaram mais de 20% só no primeiro dia.

Como participar de um?

Ficou interessado em participar de um IPO? Então confira o passo a passo abaixo e prepare-se para os próximos:

1- Abra conta em uma corretora

2- Verifique que empresas estão abrindo o capital

3- Faça um pedido de reserva

4- Realize o pagamento

5- Acompanhe o início das negociações.

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