Indústria do entretenimento em meio à pandemia

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A indústria do entretenimento, um dos setores mais afetados pelo período de quarentena estabelecido por conta da pandemia de Covid-19, tem buscado alternativas para se manter ativa.

A casa de análises Capital Research aborda este assunto e o desempenho de algumas das empresas do setor no mercado de ações em seu relatório mais recente.

Embora artistas do meio musical tenham recorrido às lives em redes sociais, contando com o patrocínio de grandes empresas, o material aponta para muitas incertezas ao redor das empresas listadas na bolsa, já que elas possuem foco nos eventos de música ao vivo em espaços físicos.

Felipe Silveira, analista que elaborou o material, faz um breve panorama do setor e indica as companhias de maior destaque nos mercados brasileiro e norte-americano: a Time For Fun (SHOW3), a única do setor listada na B3, a Live Nation e a MSG, listadas na NYSE.

“Apesar de pouco representado na bolsa, muito pela sua grande fragmentação, o setor de entretenimento é bastante representativo economicamente. Tanto que os dados mais recentes da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) mostram uma participação de mais de 4% no PIB brasileiro – considerando toda a indústria do setor, o que inclui feiras e eventos corporativos, por exemplo”, explica o analista.

Ao comentar sobre a Time For Fun, o especialista ressalta que a companhia tem focado em ampliar a sua atuação por meio de festivais, como o Lollapalooza Brasil, que em 2019 reuniu 246 mil pessoas, o equivalente a 15% de todos os ingressos vendidos pela empresa no ano.

A estratégia de investir nesse tipo de evento visa aumentar a previsibilidade das receitas, hoje formada por shows com grandes artistas, peças de teatro – incluindo o espaço Teatro Renault, na cidade de São Paulo – e a Stock Car, principal categoria do automobilismo brasileiro.

Mas, apesar do portfólio rico, Felipe chama a atenção para o fato de que os resultados da companhia mostram sinais de alerta desde antes da pandemia: “em 2019, a receita caiu para R$ 394 milhões, frente R$ 598 milhões no ano anterior, um tombo de 34%.

E há duas explicações para isso: redução do número de shows outdoor, aqueles que trazem o maior público, com os artistas mais populares e a performance aquém do esperado no teatro, a exemplo do musical “O Fantasma da Ópera”, que teve aumento de 94% no número de apresentações, mas com apenas 20% a mais de ingressos vendidos”, afirma.

O relatório afirma, no entanto, que mesmo com uma performance mais fraca, a T4F tem uma posição financeira extremamente sólida, com caixa de R$ 210 milhões ao final do ano passado e dívida total de apenas R$ 156 milhões.

“Assim, mesmo que a crise seja muito severa para o setor, como é de se esperar, a companhia certamente é uma das mais bem posicionadas para passar por ela. No médio/longo prazo isso pode até ser positivo, tendo em vista que uma parcela considerável dos competidores menores pode não sobreviver a esse período. De toda maneira, sua baixa rentabilidade recente, mesmo antes do coronavírus, não nos deixa confortáveis com a perspectiva de longo prazo”, finaliza Silveira.

Sobre a Capital Research

A casa de análises Capital Research pertence ao grupo Red Ventures, que conta com um portfólio de empresas digitais nas indústrias de educação, saúde, home service e serviços financeiros.

A startup tem como missão entregar conteúdo relevante aos seus usuários, como é o caso da Carteira Capital, que faz recomendações para investidores de perfil conservador, moderado e agressivo.

Por meio de uma plataforma intuitiva e simples, o usuário pode contar com conteúdo de qualidade como newsletters, relatórios, cursos online e as próprias carteiras específicas de produtos de investimentos como a “Carteira de Ações”, a “Carteira de Renda Fixa” e a “Carteira de Fundos Imobiliários”.

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